17 jun
Estudantes decidem realizar onda de invasões de reitorias
Série de manifestações está marcada só para depois das férias de julho
Ricardo Westin, do Estado
SÃO PAULO - Líderes estudantis decidiram, no fim de semana, que realizarão uma onda de invasões de reitorias e diretorias de universidades públicas de todo o País na primeira quinzena de agosto.
Embalados pela repercussão da ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), que dura 46 dias, os alunos querem levar a outras regiões o protesto contra o que eles chamam de sucateamento do ensino superior público.
A onda de invasões foi aprovada numa plenária estudantil, com universitários de várias regiões do País, realizada na noite de sábado, 16, na reitoria invadida da USP. O período de "ocupações e reocupações", como eles afirmaram, ocorrerá na semana entre 5 e 13 de agosto.
Os estudantes decidiram esperar passar julho, mês em que normalmente há férias.
Na semana passada, seguindo o exemplo da USP, universitários invadiram as reitorias das Universidades Federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Pará (UFPA).
Outra decisão da plenária foi a realização de uma marcha estudantil em Brasília, também em agosto, para pressionar o Congresso e o Ministério da Educação por melhorias no ensino público.
A reitora da USP, Suely Vilela, segundo assessores, decidiu que não haverá negociação com os alunos enquanto o prédio da reitoria não for desocupado. Além disso, ela disse que os invasores - principalmente os funcionários - sofrerão punições. Essas duas decisões vão contra as expectativas dos universitários grevistas, o que deve dificultar ainda mais as negociações.
A reportagem procurou os líderes da ocupação da reitoria, mas eles informaram que até mesmo comentários sobre declarações da reitora precisam ser discutidos em assembléia, antes de serem tornados públicos.
Na USP, a crise tem origem nos decretos que o governador José Serra (PSDB) publicou no início do ano, assim que tomou posse, criando a Secretaria de Ensino Superior e incluindo as três universidades paulistas - USP e Universidades Estaduais Paulista (Unesp) e de Campinas (Unicamp), no interior do Estado - na declaração de gastos diariamente num sistema informatizado de prestação de contas, como fazem os demais órgãos estaduais.
Inicialmente, os reitores viram nos decretos uma ameaça à autonomia universitária. O governador explicou que essa era uma visão equivocada. Os reitores aceitaram a explicação, mas os alunos, não.
quinta-feira, 21 de junho de 2007
IA - 20/06/2007 - Folha online 13h50
Alunos da Unesp realizam ocupação em prédio do campus de São Paulo
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da Folha Online
Cerca de 50 alunos da Unesp (Universidade Estadual Paulista) ocuparam o prédio do Instituto de Artes, localizado no Campus de São Paulo, localizado no Ipiranga (zona sul de São Paulo), na noite de terça-feira (19).
Em nota enviada à imprensa, a direção da universidade afirma que o ato ocorreu na manhã desta quarta-feira e foi uma represália por parte dos alunos devido ao resultado da assembléia realizada pela Adunesp (Associação dos Docentes da Unesp), realizada na terça-feira (19), que pôs fim à greve que se estendia desde o dia 31 de maio.
Segundo a estudante do curso de educação artística da universidade, Lia Aleixo, 29, após a assembléia dos alunos realizada das 13h às 19h, eles decidiram permanecer no prédio e que a informação da presença deles no local só foi divulgada nesta manhã.
Segundo ela, os alunos permanecem no prédio em resposta à ação da Polícia Militar, que acompanhou, na madrugada desta quarta-feira, o cumprimento de um mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça contra alunos que ocupavam o prédio da diretoria da Faculdade de Ciências e Letras (FCL) do campus Araraquara (273 km de São Paulo).
Ela confirmou a versão apresentada pela direção da universidade e considerou a decisão dos professores um descumprimento do acordo estabelecido entre eles, e que previa a greve por tempo indeterminado tanto de alunos como de professores. Lia disse ainda que a intenção do grupo é permanecer ao menos até a próxima segunda-feira (25). Na segunda está marcada uma assembléia para avaliar os rumos do movimento. "Todos os professores têm entrada permitida, mas estamos convidando-os a não dar aulas", afirmou a estudante.
Espera
O diretor do Instituto de Artes, João Cardoso Palma Filho, afirmou que registrou um boletim de ocorrência no 17º DP (Delegacia de Polícia), no Ipiranga (zona sul de São Paulo), para dar notícia à ocupação e não de natureza criminal; ou seja, não busca apontar os líderes e responsáveis pelo ato de ocupação, segundo o docente.
O documento, segundo Palma Filho, foi encaminhado ao setor jurídico da universidade, departamento responsável por fornecer um parecer ao docente. Caberá a Palma Filho a decisão de pedir ou não à Justiça a reintegração de posse do prédio. O docente nega que tenha feito o pedido até as 13h40 de hoje. Para ele é razoável aguardar até a próxima segunda-feira. "O clima está tranqüilo. Eu mesmo estou trabalhando, mas as aulas não estão ocorrendo pois os alunos colocaram carteiras nas portas impedindo o acesso", disse. Ele não descartou, porém, solicitar a desocupação à Justiça antes do prazo caso julgue necessário.
Palma Filho negou que estivesse sendo tolerante. "Como é algo que ocorrerá até o final de semana, não tomei medidas mais duras pois acredito que eles [alunos] serão razoáveis e não nos criarão maiores problemas. Estão apenas descontentes pois com a volta dos professores as faltas começam a ser anotadas", afirmou o docente.
Segundo o diretor do Instituto de Artes, estão matriculados 646 alunos na graduação e outros 80 na pós-graduação, divididos em cinco cursos, sendo três licenciaturas e dois bacharelados, além de outros dois programas de mestrado.
Em nota enviada à imprensa nesta terça-feira, o reitor da Unesp, Marcos Macari, afirmou que a reitoria tem participado de reuniões com alunos, docentes e servidores técnicos e administrativos nas suas 32 unidades.
A nota informa ainda que a reitoria apóia as medidas do diretor do Instituto de Artes e que a reitoria está disposta a continuar o diálogo com os alunos, no entanto se recusa a negociar sob o que denominou "coação por meio de recursos violentos".
A desocupação
A desocupação no prédio da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara aconteceu por volta das 2h30 desta quarta-feira. Policiais militares da tropa da choque de São Paulo e da Força Tática do 13º Batalhão de Policiamento do Interior participaram da ação.
O governo estadual informou participaram da ação 180 PMs e os cerca de cem estudantes ocupavam a sala da diretoria da faculdade desde o dia 13 de junho foram encaminhados ao 4º DP de Araraquara.
Apesar de já haver um mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça de São Paulo contra os alunos que ocupam o prédio da reitoria da USP (Universidade de São Paulo) desde o dia 16 de maio, ele não havia sido cumprido até as 13h40 desta quarta-feira.
Eles afirmam, em texto publicado no blog que mantém na internet, repúdio ao que consideraram a ação policial no campus de Araraquara. "Repudiamos a política de bater, prender, para não dialogar. Criminalizar a ação política estudantil é uma forma de inviabilizar ainda mais o diálogo democrático, proliferando o medo como forma de governo, o que remete aos anos do regime militar", afirma o texto.
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da Folha Online
Cerca de 50 alunos da Unesp (Universidade Estadual Paulista) ocuparam o prédio do Instituto de Artes, localizado no Campus de São Paulo, localizado no Ipiranga (zona sul de São Paulo), na noite de terça-feira (19).
Em nota enviada à imprensa, a direção da universidade afirma que o ato ocorreu na manhã desta quarta-feira e foi uma represália por parte dos alunos devido ao resultado da assembléia realizada pela Adunesp (Associação dos Docentes da Unesp), realizada na terça-feira (19), que pôs fim à greve que se estendia desde o dia 31 de maio.
Segundo a estudante do curso de educação artística da universidade, Lia Aleixo, 29, após a assembléia dos alunos realizada das 13h às 19h, eles decidiram permanecer no prédio e que a informação da presença deles no local só foi divulgada nesta manhã.
Segundo ela, os alunos permanecem no prédio em resposta à ação da Polícia Militar, que acompanhou, na madrugada desta quarta-feira, o cumprimento de um mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça contra alunos que ocupavam o prédio da diretoria da Faculdade de Ciências e Letras (FCL) do campus Araraquara (273 km de São Paulo).
Ela confirmou a versão apresentada pela direção da universidade e considerou a decisão dos professores um descumprimento do acordo estabelecido entre eles, e que previa a greve por tempo indeterminado tanto de alunos como de professores. Lia disse ainda que a intenção do grupo é permanecer ao menos até a próxima segunda-feira (25). Na segunda está marcada uma assembléia para avaliar os rumos do movimento. "Todos os professores têm entrada permitida, mas estamos convidando-os a não dar aulas", afirmou a estudante.
Espera
O diretor do Instituto de Artes, João Cardoso Palma Filho, afirmou que registrou um boletim de ocorrência no 17º DP (Delegacia de Polícia), no Ipiranga (zona sul de São Paulo), para dar notícia à ocupação e não de natureza criminal; ou seja, não busca apontar os líderes e responsáveis pelo ato de ocupação, segundo o docente.
O documento, segundo Palma Filho, foi encaminhado ao setor jurídico da universidade, departamento responsável por fornecer um parecer ao docente. Caberá a Palma Filho a decisão de pedir ou não à Justiça a reintegração de posse do prédio. O docente nega que tenha feito o pedido até as 13h40 de hoje. Para ele é razoável aguardar até a próxima segunda-feira. "O clima está tranqüilo. Eu mesmo estou trabalhando, mas as aulas não estão ocorrendo pois os alunos colocaram carteiras nas portas impedindo o acesso", disse. Ele não descartou, porém, solicitar a desocupação à Justiça antes do prazo caso julgue necessário.
Palma Filho negou que estivesse sendo tolerante. "Como é algo que ocorrerá até o final de semana, não tomei medidas mais duras pois acredito que eles [alunos] serão razoáveis e não nos criarão maiores problemas. Estão apenas descontentes pois com a volta dos professores as faltas começam a ser anotadas", afirmou o docente.
Segundo o diretor do Instituto de Artes, estão matriculados 646 alunos na graduação e outros 80 na pós-graduação, divididos em cinco cursos, sendo três licenciaturas e dois bacharelados, além de outros dois programas de mestrado.
Em nota enviada à imprensa nesta terça-feira, o reitor da Unesp, Marcos Macari, afirmou que a reitoria tem participado de reuniões com alunos, docentes e servidores técnicos e administrativos nas suas 32 unidades.
A nota informa ainda que a reitoria apóia as medidas do diretor do Instituto de Artes e que a reitoria está disposta a continuar o diálogo com os alunos, no entanto se recusa a negociar sob o que denominou "coação por meio de recursos violentos".
A desocupação
A desocupação no prédio da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara aconteceu por volta das 2h30 desta quarta-feira. Policiais militares da tropa da choque de São Paulo e da Força Tática do 13º Batalhão de Policiamento do Interior participaram da ação.
O governo estadual informou participaram da ação 180 PMs e os cerca de cem estudantes ocupavam a sala da diretoria da faculdade desde o dia 13 de junho foram encaminhados ao 4º DP de Araraquara.
Apesar de já haver um mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça de São Paulo contra os alunos que ocupam o prédio da reitoria da USP (Universidade de São Paulo) desde o dia 16 de maio, ele não havia sido cumprido até as 13h40 desta quarta-feira.
Eles afirmam, em texto publicado no blog que mantém na internet, repúdio ao que consideraram a ação policial no campus de Araraquara. "Repudiamos a política de bater, prender, para não dialogar. Criminalizar a ação política estudantil é uma forma de inviabilizar ainda mais o diálogo democrático, proliferando o medo como forma de governo, o que remete aos anos do regime militar", afirma o texto.
IA- 20/06/2007 - (uol) 12h44
Unesp: Alunos ocupam dependências do Instituto de Artes em SPDa redaçãoEm São Paulo
Cerca de 50 alunos ocuparam na manhã desta quarta-feira (20) diversas dependências do IA (Instituto de Artes) da Unesp (Universidade Estadual Paulista), no campus do Ipiranga, em São Paulo e impediram o retorno às aulas. O ato foi represália à decisão de assembléia de docentes realizada na terça (19), que decidiu o fim da greve iniciada em 31 de maio. Os manifestantes retiraram cadeiras das salas de aula, colocando-as nos corredores e usando-as também como bloqueios nas portas.O IA tem aproximadamente 800 alunos (cerca de 650 de graduação e 150 de pós-graduação).O diretor do Instituto, João Cardoso Palma Filho, registrou ocorrência no 17º Distrito Policial (Ipiranga). Palma considera a ocupação e demais recursos a expedientes violentos um retrocesso em relação às conquistas da sociedade brasileira.
Cerca de 50 alunos ocuparam na manhã desta quarta-feira (20) diversas dependências do IA (Instituto de Artes) da Unesp (Universidade Estadual Paulista), no campus do Ipiranga, em São Paulo e impediram o retorno às aulas. O ato foi represália à decisão de assembléia de docentes realizada na terça (19), que decidiu o fim da greve iniciada em 31 de maio. Os manifestantes retiraram cadeiras das salas de aula, colocando-as nos corredores e usando-as também como bloqueios nas portas.O IA tem aproximadamente 800 alunos (cerca de 650 de graduação e 150 de pós-graduação).O diretor do Instituto, João Cardoso Palma Filho, registrou ocorrência no 17º Distrito Policial (Ipiranga). Palma considera a ocupação e demais recursos a expedientes violentos um retrocesso em relação às conquistas da sociedade brasileira.
sexta-feira, 15 de junho de 2007
15/06 - último segundo 08:34
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2007/06/15/estudantes_e_funcionarios_fazem_ato_unificado_nesta_sexta_feira_827313.html
Manifestantes da USP e policiais entram em confronto durante passeata
15/06 - 08:34, atualizada às 18:31 15/06 - Redação com agências
SÃO PAULO - Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade de Campinas (Unicamp), junto aos funcionários em greve, realizam uma manifestação nesta sexta-feira na Avenida Paulista. Por volta das 15h50, cerca de 1200 manifestantes saíram do vão do Masp e irão até a Praça da República. A manifestação passou pela Paulista e pela Rua da Consolação e está em frente à Secretaria Estadual de Ensino Superior, na Rua Guaianazes, no centro. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informa que o ato complica o trânsito na região central.
Conversa Afiada: Estudantes fazem novo ato contra Serra na Paulista; veja ao vivo
Durante a passeata, houve alguns conflitos entre os manifestantes e policiais militares.
O ato tem como objetivo exigir a revogação dos decretos do governo e mais verbas para a educação pública. Os manifestantes saíram do vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), caminharam pela Av. Paulista, Rua da Consolação e já estão em frente à Secretaria Estadual de Ensino Superior, que está isolada por policiais militares.
Indicativo de desocupação
Segundo a assessoria da reitoria ocupada, os alunos enviaram um email na noite desta quinta-feira com as propostas para uma nova reunião. A reitora Suely Vilela está analisando os pontos reivindicados pelos estudantes.
Na última quarta-feira (13) os estudantes da USP, que ocupam o prédio da reitoria desde o dia 3 de maio, divulgaram uma carta aberta à reitoria para apresentar as reivindicações definidas em uma assembléia realizada na terça-feira, quando os manifestantes votaram um indicativo de desocupação.
Segundo a assessoria da universidade, a reitora Suely Vilela ainda aguarda que os pontos elaborados pelos alunos sejam entregues por escrito para que ela possa marcar uma nova reunião. Na noite de quarta, estudantes e funcionários reafirmaram a união dos setores em defesa das reivindicações do movimento.
Prejudicados
A ocupação da reitoria da USP, que hoje completa 43 dias, paralisa processos de concessão de bolsas a alunos, impediu a criação de 200 vagas na Fuvest e interrompeu o início de um novo programa informatizado de matrículas, entre outros prejuízos. A invasão tem deixado sem acesso documentos importantes, em papel ou em arquivo de computador, de todas as pró-reitorias e de outros departamentos que funcionavam dentro do prédio.
Reivindicações
A maior reivindicação dos alunos é a derrubada de cinco decretos do governador do estado, José Serra, que alteram as regras de administração, orçamento, contratação e salários em universidades paulistas.
Essa, porém não é a única reivindicação dos alunos. Eles divulgaram uma lista com 17 pedidos ao governo de São Paulo e à reitoria da universidade.
Manifestantes da USP e policiais entram em confronto durante passeata
15/06 - 08:34, atualizada às 18:31 15/06 - Redação com agências
SÃO PAULO - Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade de Campinas (Unicamp), junto aos funcionários em greve, realizam uma manifestação nesta sexta-feira na Avenida Paulista. Por volta das 15h50, cerca de 1200 manifestantes saíram do vão do Masp e irão até a Praça da República. A manifestação passou pela Paulista e pela Rua da Consolação e está em frente à Secretaria Estadual de Ensino Superior, na Rua Guaianazes, no centro. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informa que o ato complica o trânsito na região central.
Conversa Afiada: Estudantes fazem novo ato contra Serra na Paulista; veja ao vivo
Durante a passeata, houve alguns conflitos entre os manifestantes e policiais militares.
O ato tem como objetivo exigir a revogação dos decretos do governo e mais verbas para a educação pública. Os manifestantes saíram do vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), caminharam pela Av. Paulista, Rua da Consolação e já estão em frente à Secretaria Estadual de Ensino Superior, que está isolada por policiais militares.
Indicativo de desocupação
Segundo a assessoria da reitoria ocupada, os alunos enviaram um email na noite desta quinta-feira com as propostas para uma nova reunião. A reitora Suely Vilela está analisando os pontos reivindicados pelos estudantes.
Na última quarta-feira (13) os estudantes da USP, que ocupam o prédio da reitoria desde o dia 3 de maio, divulgaram uma carta aberta à reitoria para apresentar as reivindicações definidas em uma assembléia realizada na terça-feira, quando os manifestantes votaram um indicativo de desocupação.
Segundo a assessoria da universidade, a reitora Suely Vilela ainda aguarda que os pontos elaborados pelos alunos sejam entregues por escrito para que ela possa marcar uma nova reunião. Na noite de quarta, estudantes e funcionários reafirmaram a união dos setores em defesa das reivindicações do movimento.
Prejudicados
A ocupação da reitoria da USP, que hoje completa 43 dias, paralisa processos de concessão de bolsas a alunos, impediu a criação de 200 vagas na Fuvest e interrompeu o início de um novo programa informatizado de matrículas, entre outros prejuízos. A invasão tem deixado sem acesso documentos importantes, em papel ou em arquivo de computador, de todas as pró-reitorias e de outros departamentos que funcionavam dentro do prédio.
Reivindicações
A maior reivindicação dos alunos é a derrubada de cinco decretos do governador do estado, José Serra, que alteram as regras de administração, orçamento, contratação e salários em universidades paulistas.
Essa, porém não é a única reivindicação dos alunos. Eles divulgaram uma lista com 17 pedidos ao governo de São Paulo e à reitoria da universidade.
quinta-feira, 14 de junho de 2007
14 jun (Estadão)
Falta comunicação entre alunos da ocupação e reitora
Estudantes admitem sair da reitoria, sob condições, mas Suely Vilela diz que não recebeu exigências
Ricardo Westin e Renata Cafardo
A falta de comunicação entre os estudantes em greve e a reitoria tem contribuído para o impasse na crise que já dura 42 dias na Universidade de São Paulo (USP). Anteontem, os alunos admitiram que podem desocupar a reitoria se a universidade atender a pedidos como a não punição dos invasores e uma reforma nos estatutos da instituição. A reitora Suely Vilela, no entanto, diz que não pode debater com os estudantes porque ainda não apresentaram nenhum documento oficial.O documento tem sido pedido pela reitora desde a última reunião de negociação, no dia 4. Suely já afirmou que não pode atender à maioria dos pedidos. A convocação de uma Estatuinte, por exemplo, depende da aprovação do Conselho Universitário. Os estudantes votaram a intenção de desocupação, mas programaram atividades na reitoria no sábado, com um encontro que reunirá universitários de todo o País.REPORTAGEM Os funcionários da USP informaram ontem que abandonam a greve se essa for a decisão dos estudantes. O movimento já havia perdido força no começo da semana, quando professores decidiram abandonar a greve.A informação foi dada por representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp) que participaram de uma entrevista coletiva para contestar uma reportagem publicada pelo Estado no domingo passado, que afirmou que sindicatos e partidos de extrema esquerda estão manipulando os alunos na greve e na invasão da reitoria. “É um absurdo dizer que nosso sindicato manipula os estudantes. O nosso objetivo é o mesmo dos alunos: a derrubada dos decretos (do governo paulista). Isso não está dito, mas o objetivo (do governo) é sucatear e privatizar as universidades públicas estaduais”, afirmou Magno Carvalho, diretor do Sintusp.O descontentamento dos estudantes começou no início do ano, assim que o governador José Serra (PSDB) tomou posse. Primeiro, Serra criou uma secretaria encarregada de cuidar das três universidades (USP, Unesp e Unicamp), a Secretaria do Ensino Superior, e determinou que o secretário seria o presidente do conselho de reitores. Depois, um decreto proibiu qualquer órgão estadual - incluindo as três universidades - de contratar funcionários no início de ano. Além disso, as universidades não receberam parte dos repasses de dezembro. Para concluir, as três teriam de prestar contas de seus gastos diariamente - no Siafem, o sistema informatizado de controle de gastos públicos. As mudanças provocaram a reação imediata das três universidades, que enxergaram nelas uma ameaça à autonomia de administrar os próprios gastos. Os estudantes invadiram a reitoria da USP porque consideraram que a reitora não reagiu como deveria. A entrevista coletiva de ontem, organizada pelo Sintusp, não contou com a presença de líderes estudantis, que haviam votado pela não participação nesse evento dos funcionários. Participaram alunos ligados aos partidos PSTU e PCO e à central Conlutas. O evento ocorreu no auditório do Conselho Universitário, que também foi invadido. Durante uma hora e meia, eles rechaçaram as informações publicadas pelo Estado. Disseram que o objetivo do jornal, ao citar a influência de partidos e sindicatos no movimento estudantil, é “semear uma confusão deliberada” para “deixar a sociedade contra a universidade”. Eles ameaçaram pedir aos tribunais um direito de resposta.Amanhã, as associações de funcionários, professores e estudantes da USP, da Unesp e da Unicamp participarão de uma manifestação na Av. Paulista.UNESP E UNICAMPCerca de 50 alunos invadiram ontem a diretoria na Faculdade de Ciências e Letras da Unesp em Araraquara. Eles se diziam inconformados com o fim da greve dos professores, determinado anteontem. O diretor da faculdade, Cláudio Gomide, entrará com pedido de reintegração de posse na Justiça hoje se não houver a desocupação do prédio.Na Unicamp, professores e funcionários farão hoje de manhã uma assembléia para decidir se mantêm a greve. CONDIÇÕES PARA DESOCUPAÇÃOA não punição de estudantes e funcionários envolvidos nas atividades políticas de greve e da ocupaçãoRealização de audiência pública para discutir o Inclusp, o programa de inclusão socialO reconhecimento da legitimidade do 5.º Congresso-Geral da USP, com pauta única: o Estatuinte, que será organizado a partir de uma comissão paritária composta de professores, estudantes e funcionários. O congresso deverá apontar as diretrizes para um novo estatuto da universidade Manutenção de todos os pontos da última contra-proposta da reitoria, que são:Oferecer café da manhã e almoço aos domingos no restaurante central no campus ButantãReestruturação do transporte de ônibus circular nos finais de semana no campus Butantã Quanto ao processo de cancelamento de matrículas, a reitoria propõe-se a retirá-lo do Conselho Universitário, retornando-o ao Conselho de Graduação para reanáliseCriação de comissão formada por 8 docentes e 8 alunos e/ou funcionários, que analisará e apresentará propostas sobre demais itens da pauta de reivindicações
Estudantes admitem sair da reitoria, sob condições, mas Suely Vilela diz que não recebeu exigências
Ricardo Westin e Renata Cafardo
A falta de comunicação entre os estudantes em greve e a reitoria tem contribuído para o impasse na crise que já dura 42 dias na Universidade de São Paulo (USP). Anteontem, os alunos admitiram que podem desocupar a reitoria se a universidade atender a pedidos como a não punição dos invasores e uma reforma nos estatutos da instituição. A reitora Suely Vilela, no entanto, diz que não pode debater com os estudantes porque ainda não apresentaram nenhum documento oficial.O documento tem sido pedido pela reitora desde a última reunião de negociação, no dia 4. Suely já afirmou que não pode atender à maioria dos pedidos. A convocação de uma Estatuinte, por exemplo, depende da aprovação do Conselho Universitário. Os estudantes votaram a intenção de desocupação, mas programaram atividades na reitoria no sábado, com um encontro que reunirá universitários de todo o País.REPORTAGEM Os funcionários da USP informaram ontem que abandonam a greve se essa for a decisão dos estudantes. O movimento já havia perdido força no começo da semana, quando professores decidiram abandonar a greve.A informação foi dada por representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp) que participaram de uma entrevista coletiva para contestar uma reportagem publicada pelo Estado no domingo passado, que afirmou que sindicatos e partidos de extrema esquerda estão manipulando os alunos na greve e na invasão da reitoria. “É um absurdo dizer que nosso sindicato manipula os estudantes. O nosso objetivo é o mesmo dos alunos: a derrubada dos decretos (do governo paulista). Isso não está dito, mas o objetivo (do governo) é sucatear e privatizar as universidades públicas estaduais”, afirmou Magno Carvalho, diretor do Sintusp.O descontentamento dos estudantes começou no início do ano, assim que o governador José Serra (PSDB) tomou posse. Primeiro, Serra criou uma secretaria encarregada de cuidar das três universidades (USP, Unesp e Unicamp), a Secretaria do Ensino Superior, e determinou que o secretário seria o presidente do conselho de reitores. Depois, um decreto proibiu qualquer órgão estadual - incluindo as três universidades - de contratar funcionários no início de ano. Além disso, as universidades não receberam parte dos repasses de dezembro. Para concluir, as três teriam de prestar contas de seus gastos diariamente - no Siafem, o sistema informatizado de controle de gastos públicos. As mudanças provocaram a reação imediata das três universidades, que enxergaram nelas uma ameaça à autonomia de administrar os próprios gastos. Os estudantes invadiram a reitoria da USP porque consideraram que a reitora não reagiu como deveria. A entrevista coletiva de ontem, organizada pelo Sintusp, não contou com a presença de líderes estudantis, que haviam votado pela não participação nesse evento dos funcionários. Participaram alunos ligados aos partidos PSTU e PCO e à central Conlutas. O evento ocorreu no auditório do Conselho Universitário, que também foi invadido. Durante uma hora e meia, eles rechaçaram as informações publicadas pelo Estado. Disseram que o objetivo do jornal, ao citar a influência de partidos e sindicatos no movimento estudantil, é “semear uma confusão deliberada” para “deixar a sociedade contra a universidade”. Eles ameaçaram pedir aos tribunais um direito de resposta.Amanhã, as associações de funcionários, professores e estudantes da USP, da Unesp e da Unicamp participarão de uma manifestação na Av. Paulista.UNESP E UNICAMPCerca de 50 alunos invadiram ontem a diretoria na Faculdade de Ciências e Letras da Unesp em Araraquara. Eles se diziam inconformados com o fim da greve dos professores, determinado anteontem. O diretor da faculdade, Cláudio Gomide, entrará com pedido de reintegração de posse na Justiça hoje se não houver a desocupação do prédio.Na Unicamp, professores e funcionários farão hoje de manhã uma assembléia para decidir se mantêm a greve. CONDIÇÕES PARA DESOCUPAÇÃOA não punição de estudantes e funcionários envolvidos nas atividades políticas de greve e da ocupaçãoRealização de audiência pública para discutir o Inclusp, o programa de inclusão socialO reconhecimento da legitimidade do 5.º Congresso-Geral da USP, com pauta única: o Estatuinte, que será organizado a partir de uma comissão paritária composta de professores, estudantes e funcionários. O congresso deverá apontar as diretrizes para um novo estatuto da universidade Manutenção de todos os pontos da última contra-proposta da reitoria, que são:Oferecer café da manhã e almoço aos domingos no restaurante central no campus ButantãReestruturação do transporte de ônibus circular nos finais de semana no campus Butantã Quanto ao processo de cancelamento de matrículas, a reitoria propõe-se a retirá-lo do Conselho Universitário, retornando-o ao Conselho de Graduação para reanáliseCriação de comissão formada por 8 docentes e 8 alunos e/ou funcionários, que analisará e apresentará propostas sobre demais itens da pauta de reivindicações
14/06/2007 (UOL) 18h52
Unesp de Araraquara entra com pedido de reintegração de posseDa redaçãoEm São Paulo
A Unesp (Universidade Estadual Paulista), em Araraquara, entrou com pedido de reintegração de posse nesta quinta (14). Na quarta-feira (13), cerca de 50 alunos invadiram e ocuparam a diretoria da FCL (Faculdade de Ciências e Letras) do campus. O diretor da faculdade, Cláudio Gomide, que conseguiu sair do local apesar da tentativa dos invasores de impedi-lo, registrou boletim de ocorrência policial e disse, ainda na quarta, que entraria com pedido de reintegração de posse na Justiça nesta quinta (14).A direção da FCL divulgou nota na quarta em que disse: "além de buscar a liberação do funcionamento da unidade e o livre acesso de seus servidores ao trabalho, as medidas administrativas tomadas caracterizam não só a preservação do patrimônio público mas também o respeito à decisão da assembléia de docentes, da mesma forma que respeitou a decisão em assembléia pela greve há cerca de 15 dias".Segundo informações da Folha de S.Paulo, a pauta dos alunos segue as reivindicações unificadas dos estudantes das três universidades estaduais, como a revogação de decretos do governo Serra (PSDB) que colocariam em risco a autonomia universitária. A diretoria da Unesp atribuiu a invasão ao fim da greve dos docentes no campus. Em São Paulo, a ordem de reintegração de posse da reitoria da USP (Universidade de São Paulo) foi expedida no dia 16/5, a pedido da reitora da universidade, mas a Polícia Militar ainda não a cumpriu.Fim em PrudenteNo campus de Presidente Prudente, o grupo de universitários que ocupam o prédio da administração desde o dia 29 decidiram nesta quinta, em assembléia, que irão desocupar o local nesta sexta (15), às 8h. A diretoria fará um vistoria no prédio e pretende retomar as atividades às 10h. Há ainda grupos ocupando, desde o fim de maio, salas nos campi de Ilha Solteira, Assis, Franca e Rio Claro.As informações são da assessoria de imprensa da Unesp
A Unesp (Universidade Estadual Paulista), em Araraquara, entrou com pedido de reintegração de posse nesta quinta (14). Na quarta-feira (13), cerca de 50 alunos invadiram e ocuparam a diretoria da FCL (Faculdade de Ciências e Letras) do campus. O diretor da faculdade, Cláudio Gomide, que conseguiu sair do local apesar da tentativa dos invasores de impedi-lo, registrou boletim de ocorrência policial e disse, ainda na quarta, que entraria com pedido de reintegração de posse na Justiça nesta quinta (14).A direção da FCL divulgou nota na quarta em que disse: "além de buscar a liberação do funcionamento da unidade e o livre acesso de seus servidores ao trabalho, as medidas administrativas tomadas caracterizam não só a preservação do patrimônio público mas também o respeito à decisão da assembléia de docentes, da mesma forma que respeitou a decisão em assembléia pela greve há cerca de 15 dias".Segundo informações da Folha de S.Paulo, a pauta dos alunos segue as reivindicações unificadas dos estudantes das três universidades estaduais, como a revogação de decretos do governo Serra (PSDB) que colocariam em risco a autonomia universitária. A diretoria da Unesp atribuiu a invasão ao fim da greve dos docentes no campus. Em São Paulo, a ordem de reintegração de posse da reitoria da USP (Universidade de São Paulo) foi expedida no dia 16/5, a pedido da reitora da universidade, mas a Polícia Militar ainda não a cumpriu.Fim em PrudenteNo campus de Presidente Prudente, o grupo de universitários que ocupam o prédio da administração desde o dia 29 decidiram nesta quinta, em assembléia, que irão desocupar o local nesta sexta (15), às 8h. A diretoria fará um vistoria no prédio e pretende retomar as atividades às 10h. Há ainda grupos ocupando, desde o fim de maio, salas nos campi de Ilha Solteira, Assis, Franca e Rio Claro.As informações são da assessoria de imprensa da Unesp
14/06/2007 (UOL) 18h07
Termina greve dos professores da UnicampDa redação Professores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) votaram nesta quinta (14), em assembléia, o fim da greve parcial iniciada em 24 de maio. Segundo informou o vice-presidente da Adunicamp (Associação dos Docentes da Unicamp), Edmundo Fernandes Dias, uma das mais importantes vitórias da categoria foi o recuo do governo do Estado em decretos que, na opinião dos docentes, afetavam a autonomia da universidade."Ainda assim, ficam questões de como vamos lutar daqui pra frente pela defesa da universidade pública paulista, questões pendentes do ponto de vista de infra-estrutura, do ponto de vista da ligação da Secretaria de Ensino Superior com os interesses do sistema privado", afirmou Dias. "Acabamos com a greve, mas não com a defesa da universidade pública paulista."Os alunos da Unicamp também se reuniram em assembléia. O resultado, porém, foi pela continuidade da greve. A universidade registra paralisação estudantil em ao menos 12 dos 58 cursos. A greve começou no dia 16 em dois institutos. Segundo informou Diego Machado de Assis, 21 anos e um dos representantes do Diretório Central do Estudantes, os alunos pedem 33% do Orçamento do Estado em 2008 em verbas para a educação, 11,6% para universidades estaduais.
quarta-feira, 13 de junho de 2007
13 de junho (Estadão) - 04:18
Ocupação da reitoria da USP entra no 42º dia
Nova assembléia acontece nesta quarta-feira, 13, às 10 horas
Ricardo Valota
SÃO PAULO - Mesmo com o término da greve dos professores, anunciada na noite de segunda-feira, 11, a ocupação do prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), no Butantã, zona oeste da capital, prossegue. A decisão foi tomada pelos estudantes, no início da madrugada desta quarta-feira, 13.
Durante a assembléia, que reuniu cerca de 400 alunos ficou decidido que a ocupação vai continuar. Na votação, os alunos aprovaram um indicativo com 17 itens que integram a pauta de reivindicações.
Segundo os alunos, caso a reitora Suely Vilela aceite todos os pedidos, eles desocupam o imóvel de forma pacífica.
A ocupação entra hoje no 42º dia. Uma nova assembléia acontece às 10 horas, segundo a comissão estudantil.
Nova assembléia acontece nesta quarta-feira, 13, às 10 horas
Ricardo Valota
SÃO PAULO - Mesmo com o término da greve dos professores, anunciada na noite de segunda-feira, 11, a ocupação do prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), no Butantã, zona oeste da capital, prossegue. A decisão foi tomada pelos estudantes, no início da madrugada desta quarta-feira, 13.
Durante a assembléia, que reuniu cerca de 400 alunos ficou decidido que a ocupação vai continuar. Na votação, os alunos aprovaram um indicativo com 17 itens que integram a pauta de reivindicações.
Segundo os alunos, caso a reitora Suely Vilela aceite todos os pedidos, eles desocupam o imóvel de forma pacífica.
A ocupação entra hoje no 42º dia. Uma nova assembléia acontece às 10 horas, segundo a comissão estudantil.
13 jun (Estadão)
Saída da reitoria pode ser decidida em reunião nesta quarta
Na assembléia de terça, estudantes aprovaram indicativo de desocupação
Ana Carolina Moreno e Renata Cafardo
SÃO PAULO - Cerca de 200 estudantes da Universidade de São Paulo (USP) decidiram em assembléia na noite de terça-feira, 12, aprovar um “indicativo de desocupação” da reitoria com uma série de condições que serão apresentadas à reitora Suely Vilela em reunião ainda sem data definida.
Foi a primeira vez que uma plenária do grupo de alunos que apóia a ocupação ao menos sinaliza que admite o fim do protesto, que já dura 41 dias. Um novo encontro para decidir as reivindicações que serão apresentadas à reitora estava marcado para a manhã desta quarta, mas foi adiado.
Se a reitora aceitar as condições, nova assembléia, também sem data marcada, votará se a ocupação realmente termina ou não. Entre as condições discutidas na terça à noite estão a não punição dos alunos que ocuparam o prédio no dia 3 de maio e a convocação de uma Estatuinte - um congresso com representação paritária da comunidade acadêmica para definir mudanças no Estatuto da USP. Além disso, que a reitora mantenha a posição de atender às reivindicações já feitas e promova um simpósio sobre políticas afirmativas na instituição.
De manhã, o secretário estadual de Educação Superior, José Aristodemo Pinotti, havia qualificado os alunos da USP como “privilegiados” que “deveriam colocar a mão na consciência” para refletir sobre a invasão. Para Pinotti, eles não deveriam reclamar tanto de moradia, alimentação ou outros subsídios porque já recebem esses benefícios em quantidade suficiente, diferentemente do que ocorre com os estudantes pobres de universidades particulares, que não têm direito a nada. “Acho que eles têm de abandonar essa causa inexistente, sair de lá e deixar a universidade trabalhar.”
A criação pelo governo José Serra da secretaria chefiada por Pinotti foi um dos motivos para o início do movimento dos alunos. Eles acreditam que a pasta vai interferir na autonomia universitária e pedem a demissão do secretário. Apesar das declarações, Pinotti defende que o governo e a reitora Suely Vilela continuem dialogando com os estudantes.
Na terça, Pinotti participou do evento “O desafio da educação para transformar o Brasil”, que reuniu 220 presidentes de empresas nacionais e multinacionais para fazer perguntas e homenagear o ministro da Educação, Fernando Haddad. Uma das questões formuladas ao ministro foi justamente sobre a situação na USP. “O governador estendeu a mão para o diálogo”, disse o ministro sobre o decreto declaratório. “Acredito que está havendo um amadurecimento disso na USP, lentamente, mas está ocorrendo. Esse gesto do governador precisa ser considerado em toda a sua plenitude.”
O Sindicato dos Funcionários da USP (Sintusp) protocolou, na terça, na reitoria um pedido oficial de negociação com Suely Vilela. Segundo o presidente da entidade, Magno de Carvalho, a intenção é mostrar que o Sintusp não está criando um “impasse”.
Também na noite de terça, o Fórum das Seis, entidade que congrega as associações de funcionários e professores da USP, Unesp e Unicamp, se reuniu para discutir estratégias de negociação com os reitores. A próxima rodada de negociação foi marcada para segunda-feira, em Campinas.
Aulas
Apesar do fim da greve dos professores na USP, decidida em assembléia na segunda-feira, 11, algumas unidades não retomaram suas atividades normais na terça.
Na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), os alunos colocaram barricadas de carteiras e trancaram algumas salas para impedir que as aulas fossem dadas. “Como acabou a greve dos professores, vim para cá achando que ia ter aula”, disse, frustrada, a estudante Patrícia Factore, de 20 anos. Ela encontrou sua sala trancada e, ontem pela manhã, estudava no corredor.
Na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), as aulas eram normais. “Se a gente fizer greve aqui leva falta”, disse Thais Burin, de 19 anos. Segundo ela, há alunos na FEA que apóiam a mobilização dos estudantes, mas desaprovam a ocupação da reitoria.
Texto alterado às 11h48 para acréscimo de informações.
Na assembléia de terça, estudantes aprovaram indicativo de desocupação
Ana Carolina Moreno e Renata Cafardo
SÃO PAULO - Cerca de 200 estudantes da Universidade de São Paulo (USP) decidiram em assembléia na noite de terça-feira, 12, aprovar um “indicativo de desocupação” da reitoria com uma série de condições que serão apresentadas à reitora Suely Vilela em reunião ainda sem data definida.
Foi a primeira vez que uma plenária do grupo de alunos que apóia a ocupação ao menos sinaliza que admite o fim do protesto, que já dura 41 dias. Um novo encontro para decidir as reivindicações que serão apresentadas à reitora estava marcado para a manhã desta quarta, mas foi adiado.
Se a reitora aceitar as condições, nova assembléia, também sem data marcada, votará se a ocupação realmente termina ou não. Entre as condições discutidas na terça à noite estão a não punição dos alunos que ocuparam o prédio no dia 3 de maio e a convocação de uma Estatuinte - um congresso com representação paritária da comunidade acadêmica para definir mudanças no Estatuto da USP. Além disso, que a reitora mantenha a posição de atender às reivindicações já feitas e promova um simpósio sobre políticas afirmativas na instituição.
De manhã, o secretário estadual de Educação Superior, José Aristodemo Pinotti, havia qualificado os alunos da USP como “privilegiados” que “deveriam colocar a mão na consciência” para refletir sobre a invasão. Para Pinotti, eles não deveriam reclamar tanto de moradia, alimentação ou outros subsídios porque já recebem esses benefícios em quantidade suficiente, diferentemente do que ocorre com os estudantes pobres de universidades particulares, que não têm direito a nada. “Acho que eles têm de abandonar essa causa inexistente, sair de lá e deixar a universidade trabalhar.”
A criação pelo governo José Serra da secretaria chefiada por Pinotti foi um dos motivos para o início do movimento dos alunos. Eles acreditam que a pasta vai interferir na autonomia universitária e pedem a demissão do secretário. Apesar das declarações, Pinotti defende que o governo e a reitora Suely Vilela continuem dialogando com os estudantes.
Na terça, Pinotti participou do evento “O desafio da educação para transformar o Brasil”, que reuniu 220 presidentes de empresas nacionais e multinacionais para fazer perguntas e homenagear o ministro da Educação, Fernando Haddad. Uma das questões formuladas ao ministro foi justamente sobre a situação na USP. “O governador estendeu a mão para o diálogo”, disse o ministro sobre o decreto declaratório. “Acredito que está havendo um amadurecimento disso na USP, lentamente, mas está ocorrendo. Esse gesto do governador precisa ser considerado em toda a sua plenitude.”
O Sindicato dos Funcionários da USP (Sintusp) protocolou, na terça, na reitoria um pedido oficial de negociação com Suely Vilela. Segundo o presidente da entidade, Magno de Carvalho, a intenção é mostrar que o Sintusp não está criando um “impasse”.
Também na noite de terça, o Fórum das Seis, entidade que congrega as associações de funcionários e professores da USP, Unesp e Unicamp, se reuniu para discutir estratégias de negociação com os reitores. A próxima rodada de negociação foi marcada para segunda-feira, em Campinas.
Aulas
Apesar do fim da greve dos professores na USP, decidida em assembléia na segunda-feira, 11, algumas unidades não retomaram suas atividades normais na terça.
Na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), os alunos colocaram barricadas de carteiras e trancaram algumas salas para impedir que as aulas fossem dadas. “Como acabou a greve dos professores, vim para cá achando que ia ter aula”, disse, frustrada, a estudante Patrícia Factore, de 20 anos. Ela encontrou sua sala trancada e, ontem pela manhã, estudava no corredor.
Na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), as aulas eram normais. “Se a gente fizer greve aqui leva falta”, disse Thais Burin, de 19 anos. Segundo ela, há alunos na FEA que apóiam a mobilização dos estudantes, mas desaprovam a ocupação da reitoria.
Texto alterado às 11h48 para acréscimo de informações.
terça-feira, 12 de junho de 2007
Opinião pública
OPINE: Você concorda com a ocupação na reitoria da USP?
SÃO PAULO - A ocupação dos alunos na reitoria da Universidade de São Paulo (USP), que já dura 19 dias, mistura várias reivindicações: a principal é um repúdio a ações do governador José Serra, que vinculou as universidades estaduais a uma Secretaria de Ensino Superior, criada neste ano. Além disso, ele submeteu o orçamento delas ao sistema de contas do Estado, o Siafem, o que foi entendido por parte da comunidade acadêmica como interferência na autonomia universitária.
Os secretários de Ensino Superior e de Planejamento, José Aristodemo Pinotti e Francisco Vidal Luna, refutaram a acusação, alegando que o governo apenas quer que a USP, a Unicamp e a Unesp coloquem suas contas no Sistema Eletrônico de Execução Orçamentária a exemplo do que fazem a Assembléia Legislativa, o Tribunal de Justiça e o Ministério Público, sem que isso fira a autonomia das instituições.
Você acredita que os decretos do governo interferem na autonomia das universidades públicas? Na sua opinião, a ocupação da reitoria pelos alunos é um jeito válido de apresentar suas reivindicações?
Clique aqui, dê sua opinião e leia outros comentários
http://forum.estadao.com.br/forum/materia/prepare
SÃO PAULO - A ocupação dos alunos na reitoria da Universidade de São Paulo (USP), que já dura 19 dias, mistura várias reivindicações: a principal é um repúdio a ações do governador José Serra, que vinculou as universidades estaduais a uma Secretaria de Ensino Superior, criada neste ano. Além disso, ele submeteu o orçamento delas ao sistema de contas do Estado, o Siafem, o que foi entendido por parte da comunidade acadêmica como interferência na autonomia universitária.
Os secretários de Ensino Superior e de Planejamento, José Aristodemo Pinotti e Francisco Vidal Luna, refutaram a acusação, alegando que o governo apenas quer que a USP, a Unicamp e a Unesp coloquem suas contas no Sistema Eletrônico de Execução Orçamentária a exemplo do que fazem a Assembléia Legislativa, o Tribunal de Justiça e o Ministério Público, sem que isso fira a autonomia das instituições.
Você acredita que os decretos do governo interferem na autonomia das universidades públicas? Na sua opinião, a ocupação da reitoria pelos alunos é um jeito válido de apresentar suas reivindicações?
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12 jun Estadão
Professores da USP encerram greve e estudantes vaiam
Secretário da Justiça diz que movimento estudantil não está isento de cumprir a lei; ocupação completa 40 diasParticipe do fórum e opine
Renata Cafardo e Elizabeth Lopes
Os professores da Universidade de São Paulo (USP) decidiram ontem encerrar a greve que haviam começado no dia 23 de maio. O fim da paralisação pode enfraquecer o movimento dos alunos, que estão parados desde o dia 16 e tomaram a reitoria da instituição há 40 dias. A assembléia que aprovou a suspensão da paralisação dos docentes foi marcada por tumulto envolvendo estudantes contrários à decisão.Ontem, em entrevista coletiva, o secretário estadual de Justiça e Defesa da Cidadania, Luiz Antônio Marrey, disse que o governo prepara uma nova ofensiva para resolver o impasse da ocupação da reitoria da USP. De acordo com o secretário, é um engano achar que qualquer pessoa no País tem imunidade para praticar algum crime e a situação ficará por isso mesmo. “Não é porque é movimento estudantil que está isento de cumprir a lei”, advertiu. O secretário também afirmou que o governo estuda o uso da força para desocupar o prédio. “O Estado é quem tem o monopólio do uso da força num regime democrático e deve fazê-lo dentro desses limites. Está ficando claro que, não havendo outra solução, isto acontecerá.”Segundo ele, o governo tem feito de tudo para resolver a situação pacificamente, mas “está evidente que se trata do seqüestro da reitoria por grupos minoritários”. “Tudo isso tem um limite”, completou.O governador José Serra também se pronunciou ontem sobre o assunto. Para ele, a sociedade já percebeu que se trata de um “movimento sem nenhum propósito com relação ao ensino”. Serra ainda comentou a participação de partidos de extrema esquerda na ocupação dos estudantes, como mostrou a reportagem de domingo do Estado. “Há um aparelhamento indiscutível junto com a atuação do sindicato dos funcionários, que não é o dos estudantes. E que tem a liderança, de fato, operacional de todo esse processo.”ASSEMBLÉIASApesar do fim da greve na USP, os professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aprovaram ontem a continuidade da paralisação. Os docentes da Universidade Estadual Paulista (Unesp) só divulgarão hoje o resultado das várias votações realizadas pelas unidades no interior.Funcionários da USP aprovaram ontem também a continuidade da greve, que começou no dia 16. As categorias das três universidades pedem reajuste salarial de 3,17% mais R$ 200 de parcela fixa. Os reitores ofereceram 3,37% e estudam outro aumento em outubro caso haja excedente na arrecadação do ICMS neste ano.Segundo o vice-presidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp), Francisco Miraglia, a paralisação foi suspensa porque parte das reivindicações foram atendidas, como o reajuste salarial e garantia da autonomia dada pelo decreto declaratório do governador Serra. Miraglia não acredita que o fim da greve dos professores vá prejudicar o movimento dos alunos.AGRESSÃOOntem, depois da aprovação da suspensão da greve na USP, alguns estudantes presentes vaiaram a decisão. O repórter fotográfico da Folha de S.Paulo Rodrigo Paiva foi agredido ao tentar fotografá-los.Os alunos terão nova assembléia hoje, às 18 horas, para definir o rumo da ocupação da reitoria. No blog da invasão, na internet, os estudantes publicaram uma Declaração à Sociedade sobre o decreto declaratório de Serra. Eles dizem que o documento foi “fruto direto da força de nossa mobilização”. Mas ainda defendem o fim da Secretaria de Ensino Superior e a saída do chefe da pasta, José Aristodemo Pinotti.
Secretário da Justiça diz que movimento estudantil não está isento de cumprir a lei; ocupação completa 40 diasParticipe do fórum e opine
Renata Cafardo e Elizabeth Lopes
Os professores da Universidade de São Paulo (USP) decidiram ontem encerrar a greve que haviam começado no dia 23 de maio. O fim da paralisação pode enfraquecer o movimento dos alunos, que estão parados desde o dia 16 e tomaram a reitoria da instituição há 40 dias. A assembléia que aprovou a suspensão da paralisação dos docentes foi marcada por tumulto envolvendo estudantes contrários à decisão.Ontem, em entrevista coletiva, o secretário estadual de Justiça e Defesa da Cidadania, Luiz Antônio Marrey, disse que o governo prepara uma nova ofensiva para resolver o impasse da ocupação da reitoria da USP. De acordo com o secretário, é um engano achar que qualquer pessoa no País tem imunidade para praticar algum crime e a situação ficará por isso mesmo. “Não é porque é movimento estudantil que está isento de cumprir a lei”, advertiu. O secretário também afirmou que o governo estuda o uso da força para desocupar o prédio. “O Estado é quem tem o monopólio do uso da força num regime democrático e deve fazê-lo dentro desses limites. Está ficando claro que, não havendo outra solução, isto acontecerá.”Segundo ele, o governo tem feito de tudo para resolver a situação pacificamente, mas “está evidente que se trata do seqüestro da reitoria por grupos minoritários”. “Tudo isso tem um limite”, completou.O governador José Serra também se pronunciou ontem sobre o assunto. Para ele, a sociedade já percebeu que se trata de um “movimento sem nenhum propósito com relação ao ensino”. Serra ainda comentou a participação de partidos de extrema esquerda na ocupação dos estudantes, como mostrou a reportagem de domingo do Estado. “Há um aparelhamento indiscutível junto com a atuação do sindicato dos funcionários, que não é o dos estudantes. E que tem a liderança, de fato, operacional de todo esse processo.”ASSEMBLÉIASApesar do fim da greve na USP, os professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aprovaram ontem a continuidade da paralisação. Os docentes da Universidade Estadual Paulista (Unesp) só divulgarão hoje o resultado das várias votações realizadas pelas unidades no interior.Funcionários da USP aprovaram ontem também a continuidade da greve, que começou no dia 16. As categorias das três universidades pedem reajuste salarial de 3,17% mais R$ 200 de parcela fixa. Os reitores ofereceram 3,37% e estudam outro aumento em outubro caso haja excedente na arrecadação do ICMS neste ano.Segundo o vice-presidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp), Francisco Miraglia, a paralisação foi suspensa porque parte das reivindicações foram atendidas, como o reajuste salarial e garantia da autonomia dada pelo decreto declaratório do governador Serra. Miraglia não acredita que o fim da greve dos professores vá prejudicar o movimento dos alunos.AGRESSÃOOntem, depois da aprovação da suspensão da greve na USP, alguns estudantes presentes vaiaram a decisão. O repórter fotográfico da Folha de S.Paulo Rodrigo Paiva foi agredido ao tentar fotografá-los.Os alunos terão nova assembléia hoje, às 18 horas, para definir o rumo da ocupação da reitoria. No blog da invasão, na internet, os estudantes publicaram uma Declaração à Sociedade sobre o decreto declaratório de Serra. Eles dizem que o documento foi “fruto direto da força de nossa mobilização”. Mas ainda defendem o fim da Secretaria de Ensino Superior e a saída do chefe da pasta, José Aristodemo Pinotti.
revista VEJA junho
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/crise_usp/index.shtml
A mais prestigiosa instituição de ensino superior do país e uma das mais concorridas – no último vestibular, houve 142.656 candidatos para 11.682 vagas – começou a viver um drama em 3 e maio de 2007. Naquela tarde, a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) foi invadida e ocupada por cerca de 300 de seus quase 80.600 alunos – menos de 0,5% do total. Com uma lista de reivindicações sem foco específico, o grupo ali se estabeleceu, e recebeu o apoio dos funcionários da universidade. Estes entraram em greve duas semanas depois, paralisando os serviços oferecidos à comunidade uspiana. No dia seguinte, foi a vez de uma assembléia representando os estudantes da universidade declarar que eles também estavam em greve. Por fim, no dia 23 de maio, a última categoria que permanecia ativa também cruzou os braços – os professores, por meio da Associação dos Docentes da USP (Adusp).
1. Por que alunos invadiram a reitoria?
Com o intuito de discutir uma pauta de reivindicações estudantis – algumas relacionadas a decretos sobre a administração universitária promulgados pelo governador de São Paulo, José Serra, entre janeiro e março de 2007, ou seja, dois meses antes – foi marcada uma reunião entre um grupo de alunos e a reitora da USP, Suely Vilela. Suely não compareceu, e a reitoria não enviou nenhum representante para o encontro. Em protesto, estudantes dirigiram-se ao prédio do órgão, destruíram uma porta, depredaram as placas de identificação de algumas salas do edifício, e por ali ficaram. Aproveitaram-se, desde então, da falta de pulso da reitora para retirá-los dali e da grande exposição midiática que geraram, para permanecerem no local e rejeitarem qualquer proposta de negociação. Nem um mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça em 16 de maio comoveu os invasores. Embora os cerca de 200 ocupantes protestem contra a política educacional do governo Serra, há também uma série de outras reivindicações dispersas e oportunistas.
2. Contra o que protestam invasores e grevistas?
Tanto o grupo que tomou a reitoria quanto os funcionários e professores grevistas pedem, principalmente, a revogação de cinco decretos assinados pelo governador paulista no início do seu mandato, que reorganizam a gestão – política e financeira – das três universidades estaduais de São Paulo (além da USP, Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp; e Universidade Estadual Paulista, a Unesp). Como é comum neste tipo de manifestação, no entanto, as três categorias universitárias acrescentaram a este pedido uma série de outras reivindicações. Do aumento salarial pedido por funcionários e docentes, até a abertura dos bandejões – os restaurantes universitários que oferecem refeições subsidiadas – nos finais de semana, há exigências para todos os gostos. Os decretos de Serra funcionam apenas como ponto de convergência dos três grupos.
3. O que determinam os polêmicos decretos do governador paulista?
Um dos principais alvos das críticas é o decreto 51.460 do governador de São Paulo, que criou a Secretaria de Ensino Superior, à qual as universidades paulistas estaduais (USP, Unicamp e Universidade Estadual Paulista, a Unesp) estão agora vinculadas. Antes, elas eram ligadas à extinta Secretaria de Ciência e Tecnologia, que comandava também instituições de pesquisa como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Agora, ficaram submetidas a um órgão exclusivo, com poder teórico para implementar políticas e diretrizes próprias.
O segundo decreto mais atacado pelos manifestantes é o 51.636, que obriga as três universidades a prestar contas de seus gastos diariamente no Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (Siafem), ferramenta disponível na internet em que o contribuinte paulista pode acompanhar o uso de seu dinheiro. Antes do decreto, esta prestação era mensal e incompleta. O mesmo decreto estabeleceu que contratos de serviços e compras de materiais e equipamentos acima de 5 milhões de reais feitos pelas universidades devem ser aprovados pelo governo. Por fim, há o decreto 51.660, que criou a Comissão de Política Salarial, vinculada diretamente ao governador do estado. Como o nome indica, ela determina as regras de política salarial para os servidores públicos.
No dia 31 de maio, Serra publicou ainda um decreto declaratório, o número 1 de sua gestão, apenas para "eliminar as interpretações reiteradamente equivocadas" sobre os textos anteriores que tratavam da autonomia universitária paulista. Este último decreto não mudou em nada o que propunham os anteriores.
4. O que é autonomia universitária?
Autonomia universitária é um princípio consagrado pela Constituição Nacional de 1988, em seu artigo 207, que estabelece que as universidades brasileiras têm o direito de decidir, por si próprias, como irão trabalhar. Seja no âmbito didático-científico, seja sobre questões administrativas e de gestão financeira e patrimonial. Esta autonomia, no entanto, não pode ser entendida como um direito de professores, alunos e funcionários de fazerem com as universidades o que quiserem. Ela é um instrumento para que as universidades possam cumprir suas funções dentro da sociedade: o desenvolvimento pessoal de seus integrantes, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, conforme dita o artigo 205 da Constituição. A autonomia universitária é uma forma de garantir que estes objetivos sejam cumpridos sem a interferência de outros interesses que não tenham relação com eles. Daí inclusive a importância da autonomia de gestão financeira e patrimonial, e não só da didático-científica – não há livre pensar se as decisões administrativas forem tomadas fora da universidade.
5. Os decretos de Serra ferem esta autonomia?
Não. Para os grevistas e invasores da reitoria da USP, a criação da Secretaria de Ensino Superior, com supostos poderes para implementar políticas educacionais próprias, é uma afronta a esta autonomia, uma vez que decisões que dizem respeito à USP poderiam, em tese, ser tomadas fora dela. No entanto, os reitores das três universidades paulistas foram a público em 17 de maio para dizer, em nota, que não viam risco à autonomia em nenhum dos decretos de José Serra. Mesmo na questão do controle financeiro foram colocados panos quentes. Uma declaração dada pelo chefe da nova secretaria, José Aristodemo Pinotti, que remanejamentos de verbas entre os três grupos orçamentários dessas universidades (pessoal, investimento e custeio) precisariam ser aprovados pelo governador, ao contrário do que acontece hoje, despertou uma celeuma no meio acadêmico. Caso isso se confirmasse, decisões corriqueiras como a de realocar dinheiro previsto para a compra de material na contratação de um novo professor seriam obrigatoriamente submetidas a Serra, burocratizando o processo. O governo se apressou em apagar o incêndio, e prometeu definir ”em entendimento com os reitores, um regime adequado de remanejamento de dotações orçamentárias, que atenda às peculiaridades de sua organização". A publicação do decreto declaratório n.º 1 em 31 de maio ratificou esta promessa, e reiterou a autonomia das universidades paulistas.
6. As universidades estaduais paulistas prestam contas de seus gastos ao governo?
Sim. Cada uma das três universidades paulistas têm maneiras próprias de apresentar seus gastos ao estado. No caso da USP, todas as operações financeiras são controladas por meio de um sistema próprio chamado Mercúrio, de onde podem ser obtidos os dados sobre o quanto é gasto com o quê. Além disso, as contas da universidade são periodicamente auditadas pelo Tribunal de Contas do estado de São Paulo, além de serem enviados balanços à Secretaria da Fazenda do estado. Há ainda, anualmente, a publicação de um anuário estatístico, que mostra ao público como é empregado o dinheiro que a USP recebe. Ademais, a prestação de contas ao Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (Siafem) já é feita mensalmente, mas sem discriminações específicas. A partir dos decretos do governo Serra, ela passa a ser feita em tempo real, a cada centavo gasto, paralelamente àquela que já é feita pelo sistema Mercúrio.
7. A revogação dos decretos de Serra é a única reivindicação dos invasores?
Não. Mesmo que tenham funcionado como força motriz do bando que invadiu e acampou na reitoria, eles se aproveitaram da situação para apresentar uma extensa lista com dezessete exigências, boa parte delas oportunistas. Sua pauta inclui eleições diretas para reitor, contratação imediata de professores e funcionários, construção de prédios, reforma de outros, liberdade de manifestação política (panfletagem, colagem de cartazes etc.) e cultural (realização de festas e festivais), e por aí vai. Pedem também a abertura dos bandejões e a circulação de ônibus nos fins de semana, além da construção de mais 600 vagas no Crusp, o edifício para moradia na Cidade Universitária. Querem que nenhum dos invasores sofram represálias por terem tomado a reitoria, e demandam ainda o abrandamento da regra de jubilação, para que possam permanecer mais tempo na universidade.
8. Quanto custa aos cofres públicos um aluno da USP?
Segundo o Anuário Estatístico da USP de 2006, o orçamento executado em 2005 pela universidade foi de aproximadamente 1, 9 bilhão de reais, para 80.589 alunos. A simples divisão de um número pelo outro indica que, naquele ano, cada estudante custou pouco mais de 23.500 reais aos cofres públicos. Este dinheiro vem de uma parcela fixa do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do estado – 9,57% – que é repassada às universidades de São Paulo. Em 2006, isso representou 4 bilhões de reais. Na USP, um quinto do orçamento de custeio é destinado à assistência estudantil, o que inclui moradias, subsídios à alimentação, consultas médicas, transporte e diversos tipos de bolsa de auxílio.
9. Quem sai prejudicado numa greve de estudantes?
Em 17 de maio, numa assembléia realizada à noite que reuniu ralos 2,5% do corpo discente da USP, decidiu-se que os alunos da universidade também entrariam em greve. Na prática, a paralisação aconteceu nas unidades que sempre param quando há greve estudantil: na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), na Escola de Comunicações e Artes (ECA) e na Faculdade de Educação. Nos demais departamentos, houve interrupções parciais. Os primeiros prejudicados por uma paralisação deste tipo são os próprios estudantes, que têm que replanejar todas as suas atividades letivas e alterar um calendário pré-definido e apertado. Para compensar as aulas e trabalhos perdidos, a carga horária de muitos deve dobrar quando a greve acabar. Na prática, entretanto, o que acontece é que muitos professores criam um cronograma de reposições incompleto, ou mesmo dão o semestre letivo por encerrado – aprovando até os alunos que não freqüentaram as aulas ou não produziram nenhum tipo de material a ser avaliado. Além de o poder de persuasão de uma greve estudantil ser altamente duvidoso, quem perde também, no fim, é a própria sociedade, forçada a financiar uma estrutura que não é usada para o seu devido fim. Ao exigirem ações assistencialistas cada vez mais amplas e prolongarem ao infinito sua estadia na universidade, os manifestantes tornam eterna uma fase da vida que deveria ser curta (a da graduação), e gastam recursos que poderiam estar sendo usados na abertura de novas vagas nas faculdades públicas – uma exigência dos próprios grevistas, que não se cansam de pedir a tal “universidade pública, gratuita e de qualidade para todos”.
10. Por que os funcionários entraram em greve?
Um dia antes dos estudantes, em 16 de maio, por meio do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), os servidores da universidade – não todos – aproveitaram-se da confusão causado pela ocupação estudantil da reitoria e também cruzaram os braços. Para justificar a interrupção das atividades, uniram-se aos invasores no discurso contra os decretos de Serra. Para se afirmarem como categoria independente, reivindicaram também um aumento indiscriminado de 200 reais, e mais um reajuste salarial de 3,15% a todos os funcionários e professores da USP, Unesp e Unicamp, a título de correção pela inflação de 2006. O que pouco se falou foi que, religiosamente, em todo mês de maio, os funcionários da USP iniciam uma campanha por aumento salarial, e estão sempre prontos a entrar em greve ao menor sinal de resposta negativa. Falta-lhes apenas um pretexto, o que nunca foi difícil de se arranjar.
11. E por que os professores também o fizeram, uma semana depois?
Novamente a decisão foi tomada em uma assembléia de um órgão que representa a categoria – no caso dos professores, a Associação dos Docentes da USP (Adusp). Na ocasião, estavam presentes cerca de 300 docentes. A USP tem mais de 5.000, muitos dos quais continuaram a dar aulas. Além da crítica aos decretos do governo e do pedido de reajuste salarial de 3,15%, a categoria também apresentou pautas específicas. A Adusp pediu a retirada de um projeto de previdência do Executivo e mais investimento do estado em educação. Da parte de alguns professores, houve ainda a reclamação de que a passagem de instituições de pesquisa, como a Fapesp, para o comando da Secretaria de Desenvolvimento de São Paulo retiram delas a sua “vocação educacional”, comprometendo assim a chamada pesquisa pura, livre de interesses mercadológicos.
12. Esta é a única manifestação do tipo ocorrida na USP nos últimos anos?
Não. Em 2005 houve uma greve de pouco mais de 20 dias de funcionários e professores, que protestavam contra uma decisão do então governador Geraldo Alckmin de vetar uma medida que garantiria mais dinheiro para as universidades paulistas. Foi um movimento sem muita força, e que não resultou em nada. Já em 2004, houve uma greve maior e mais séria, de novo capitaneada por servidores e docentes, e apoiada por alguns estudantes. E novamente, o movimento era por mais verbas para a USP – negadas pelo governo. Antes desta, aconteceu na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) uma greve de alunos em 2002. Pela contratação de 300 novos professores, as aulas foram interrompidas e muitos estudantes chegaram a acampar por dias na avenida que margeia a faculdade. Conseguiram, ao fim, 92 novos docentes para a unidade. Por fim, em 2000 houve também uma grande greve de funcionários, professores e alunos, com direito até a uma curta e inócua invasão da reitoria. Com cinco paralisações nos últimos sete anos, já há quem defenda a inclusão de uma greve anual no calendário letivo oficial da universidade, de tão freqüentes que se tornaram estes movimentos.
A mais prestigiosa instituição de ensino superior do país e uma das mais concorridas – no último vestibular, houve 142.656 candidatos para 11.682 vagas – começou a viver um drama em 3 e maio de 2007. Naquela tarde, a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) foi invadida e ocupada por cerca de 300 de seus quase 80.600 alunos – menos de 0,5% do total. Com uma lista de reivindicações sem foco específico, o grupo ali se estabeleceu, e recebeu o apoio dos funcionários da universidade. Estes entraram em greve duas semanas depois, paralisando os serviços oferecidos à comunidade uspiana. No dia seguinte, foi a vez de uma assembléia representando os estudantes da universidade declarar que eles também estavam em greve. Por fim, no dia 23 de maio, a última categoria que permanecia ativa também cruzou os braços – os professores, por meio da Associação dos Docentes da USP (Adusp).
1. Por que alunos invadiram a reitoria?
Com o intuito de discutir uma pauta de reivindicações estudantis – algumas relacionadas a decretos sobre a administração universitária promulgados pelo governador de São Paulo, José Serra, entre janeiro e março de 2007, ou seja, dois meses antes – foi marcada uma reunião entre um grupo de alunos e a reitora da USP, Suely Vilela. Suely não compareceu, e a reitoria não enviou nenhum representante para o encontro. Em protesto, estudantes dirigiram-se ao prédio do órgão, destruíram uma porta, depredaram as placas de identificação de algumas salas do edifício, e por ali ficaram. Aproveitaram-se, desde então, da falta de pulso da reitora para retirá-los dali e da grande exposição midiática que geraram, para permanecerem no local e rejeitarem qualquer proposta de negociação. Nem um mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça em 16 de maio comoveu os invasores. Embora os cerca de 200 ocupantes protestem contra a política educacional do governo Serra, há também uma série de outras reivindicações dispersas e oportunistas.
2. Contra o que protestam invasores e grevistas?
Tanto o grupo que tomou a reitoria quanto os funcionários e professores grevistas pedem, principalmente, a revogação de cinco decretos assinados pelo governador paulista no início do seu mandato, que reorganizam a gestão – política e financeira – das três universidades estaduais de São Paulo (além da USP, Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp; e Universidade Estadual Paulista, a Unesp). Como é comum neste tipo de manifestação, no entanto, as três categorias universitárias acrescentaram a este pedido uma série de outras reivindicações. Do aumento salarial pedido por funcionários e docentes, até a abertura dos bandejões – os restaurantes universitários que oferecem refeições subsidiadas – nos finais de semana, há exigências para todos os gostos. Os decretos de Serra funcionam apenas como ponto de convergência dos três grupos.
3. O que determinam os polêmicos decretos do governador paulista?
Um dos principais alvos das críticas é o decreto 51.460 do governador de São Paulo, que criou a Secretaria de Ensino Superior, à qual as universidades paulistas estaduais (USP, Unicamp e Universidade Estadual Paulista, a Unesp) estão agora vinculadas. Antes, elas eram ligadas à extinta Secretaria de Ciência e Tecnologia, que comandava também instituições de pesquisa como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Agora, ficaram submetidas a um órgão exclusivo, com poder teórico para implementar políticas e diretrizes próprias.
O segundo decreto mais atacado pelos manifestantes é o 51.636, que obriga as três universidades a prestar contas de seus gastos diariamente no Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (Siafem), ferramenta disponível na internet em que o contribuinte paulista pode acompanhar o uso de seu dinheiro. Antes do decreto, esta prestação era mensal e incompleta. O mesmo decreto estabeleceu que contratos de serviços e compras de materiais e equipamentos acima de 5 milhões de reais feitos pelas universidades devem ser aprovados pelo governo. Por fim, há o decreto 51.660, que criou a Comissão de Política Salarial, vinculada diretamente ao governador do estado. Como o nome indica, ela determina as regras de política salarial para os servidores públicos.
No dia 31 de maio, Serra publicou ainda um decreto declaratório, o número 1 de sua gestão, apenas para "eliminar as interpretações reiteradamente equivocadas" sobre os textos anteriores que tratavam da autonomia universitária paulista. Este último decreto não mudou em nada o que propunham os anteriores.
4. O que é autonomia universitária?
Autonomia universitária é um princípio consagrado pela Constituição Nacional de 1988, em seu artigo 207, que estabelece que as universidades brasileiras têm o direito de decidir, por si próprias, como irão trabalhar. Seja no âmbito didático-científico, seja sobre questões administrativas e de gestão financeira e patrimonial. Esta autonomia, no entanto, não pode ser entendida como um direito de professores, alunos e funcionários de fazerem com as universidades o que quiserem. Ela é um instrumento para que as universidades possam cumprir suas funções dentro da sociedade: o desenvolvimento pessoal de seus integrantes, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, conforme dita o artigo 205 da Constituição. A autonomia universitária é uma forma de garantir que estes objetivos sejam cumpridos sem a interferência de outros interesses que não tenham relação com eles. Daí inclusive a importância da autonomia de gestão financeira e patrimonial, e não só da didático-científica – não há livre pensar se as decisões administrativas forem tomadas fora da universidade.
5. Os decretos de Serra ferem esta autonomia?
Não. Para os grevistas e invasores da reitoria da USP, a criação da Secretaria de Ensino Superior, com supostos poderes para implementar políticas educacionais próprias, é uma afronta a esta autonomia, uma vez que decisões que dizem respeito à USP poderiam, em tese, ser tomadas fora dela. No entanto, os reitores das três universidades paulistas foram a público em 17 de maio para dizer, em nota, que não viam risco à autonomia em nenhum dos decretos de José Serra. Mesmo na questão do controle financeiro foram colocados panos quentes. Uma declaração dada pelo chefe da nova secretaria, José Aristodemo Pinotti, que remanejamentos de verbas entre os três grupos orçamentários dessas universidades (pessoal, investimento e custeio) precisariam ser aprovados pelo governador, ao contrário do que acontece hoje, despertou uma celeuma no meio acadêmico. Caso isso se confirmasse, decisões corriqueiras como a de realocar dinheiro previsto para a compra de material na contratação de um novo professor seriam obrigatoriamente submetidas a Serra, burocratizando o processo. O governo se apressou em apagar o incêndio, e prometeu definir ”em entendimento com os reitores, um regime adequado de remanejamento de dotações orçamentárias, que atenda às peculiaridades de sua organização". A publicação do decreto declaratório n.º 1 em 31 de maio ratificou esta promessa, e reiterou a autonomia das universidades paulistas.
6. As universidades estaduais paulistas prestam contas de seus gastos ao governo?
Sim. Cada uma das três universidades paulistas têm maneiras próprias de apresentar seus gastos ao estado. No caso da USP, todas as operações financeiras são controladas por meio de um sistema próprio chamado Mercúrio, de onde podem ser obtidos os dados sobre o quanto é gasto com o quê. Além disso, as contas da universidade são periodicamente auditadas pelo Tribunal de Contas do estado de São Paulo, além de serem enviados balanços à Secretaria da Fazenda do estado. Há ainda, anualmente, a publicação de um anuário estatístico, que mostra ao público como é empregado o dinheiro que a USP recebe. Ademais, a prestação de contas ao Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (Siafem) já é feita mensalmente, mas sem discriminações específicas. A partir dos decretos do governo Serra, ela passa a ser feita em tempo real, a cada centavo gasto, paralelamente àquela que já é feita pelo sistema Mercúrio.
7. A revogação dos decretos de Serra é a única reivindicação dos invasores?
Não. Mesmo que tenham funcionado como força motriz do bando que invadiu e acampou na reitoria, eles se aproveitaram da situação para apresentar uma extensa lista com dezessete exigências, boa parte delas oportunistas. Sua pauta inclui eleições diretas para reitor, contratação imediata de professores e funcionários, construção de prédios, reforma de outros, liberdade de manifestação política (panfletagem, colagem de cartazes etc.) e cultural (realização de festas e festivais), e por aí vai. Pedem também a abertura dos bandejões e a circulação de ônibus nos fins de semana, além da construção de mais 600 vagas no Crusp, o edifício para moradia na Cidade Universitária. Querem que nenhum dos invasores sofram represálias por terem tomado a reitoria, e demandam ainda o abrandamento da regra de jubilação, para que possam permanecer mais tempo na universidade.
8. Quanto custa aos cofres públicos um aluno da USP?
Segundo o Anuário Estatístico da USP de 2006, o orçamento executado em 2005 pela universidade foi de aproximadamente 1, 9 bilhão de reais, para 80.589 alunos. A simples divisão de um número pelo outro indica que, naquele ano, cada estudante custou pouco mais de 23.500 reais aos cofres públicos. Este dinheiro vem de uma parcela fixa do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do estado – 9,57% – que é repassada às universidades de São Paulo. Em 2006, isso representou 4 bilhões de reais. Na USP, um quinto do orçamento de custeio é destinado à assistência estudantil, o que inclui moradias, subsídios à alimentação, consultas médicas, transporte e diversos tipos de bolsa de auxílio.
9. Quem sai prejudicado numa greve de estudantes?
Em 17 de maio, numa assembléia realizada à noite que reuniu ralos 2,5% do corpo discente da USP, decidiu-se que os alunos da universidade também entrariam em greve. Na prática, a paralisação aconteceu nas unidades que sempre param quando há greve estudantil: na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), na Escola de Comunicações e Artes (ECA) e na Faculdade de Educação. Nos demais departamentos, houve interrupções parciais. Os primeiros prejudicados por uma paralisação deste tipo são os próprios estudantes, que têm que replanejar todas as suas atividades letivas e alterar um calendário pré-definido e apertado. Para compensar as aulas e trabalhos perdidos, a carga horária de muitos deve dobrar quando a greve acabar. Na prática, entretanto, o que acontece é que muitos professores criam um cronograma de reposições incompleto, ou mesmo dão o semestre letivo por encerrado – aprovando até os alunos que não freqüentaram as aulas ou não produziram nenhum tipo de material a ser avaliado. Além de o poder de persuasão de uma greve estudantil ser altamente duvidoso, quem perde também, no fim, é a própria sociedade, forçada a financiar uma estrutura que não é usada para o seu devido fim. Ao exigirem ações assistencialistas cada vez mais amplas e prolongarem ao infinito sua estadia na universidade, os manifestantes tornam eterna uma fase da vida que deveria ser curta (a da graduação), e gastam recursos que poderiam estar sendo usados na abertura de novas vagas nas faculdades públicas – uma exigência dos próprios grevistas, que não se cansam de pedir a tal “universidade pública, gratuita e de qualidade para todos”.
10. Por que os funcionários entraram em greve?
Um dia antes dos estudantes, em 16 de maio, por meio do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), os servidores da universidade – não todos – aproveitaram-se da confusão causado pela ocupação estudantil da reitoria e também cruzaram os braços. Para justificar a interrupção das atividades, uniram-se aos invasores no discurso contra os decretos de Serra. Para se afirmarem como categoria independente, reivindicaram também um aumento indiscriminado de 200 reais, e mais um reajuste salarial de 3,15% a todos os funcionários e professores da USP, Unesp e Unicamp, a título de correção pela inflação de 2006. O que pouco se falou foi que, religiosamente, em todo mês de maio, os funcionários da USP iniciam uma campanha por aumento salarial, e estão sempre prontos a entrar em greve ao menor sinal de resposta negativa. Falta-lhes apenas um pretexto, o que nunca foi difícil de se arranjar.
11. E por que os professores também o fizeram, uma semana depois?
Novamente a decisão foi tomada em uma assembléia de um órgão que representa a categoria – no caso dos professores, a Associação dos Docentes da USP (Adusp). Na ocasião, estavam presentes cerca de 300 docentes. A USP tem mais de 5.000, muitos dos quais continuaram a dar aulas. Além da crítica aos decretos do governo e do pedido de reajuste salarial de 3,15%, a categoria também apresentou pautas específicas. A Adusp pediu a retirada de um projeto de previdência do Executivo e mais investimento do estado em educação. Da parte de alguns professores, houve ainda a reclamação de que a passagem de instituições de pesquisa, como a Fapesp, para o comando da Secretaria de Desenvolvimento de São Paulo retiram delas a sua “vocação educacional”, comprometendo assim a chamada pesquisa pura, livre de interesses mercadológicos.
12. Esta é a única manifestação do tipo ocorrida na USP nos últimos anos?
Não. Em 2005 houve uma greve de pouco mais de 20 dias de funcionários e professores, que protestavam contra uma decisão do então governador Geraldo Alckmin de vetar uma medida que garantiria mais dinheiro para as universidades paulistas. Foi um movimento sem muita força, e que não resultou em nada. Já em 2004, houve uma greve maior e mais séria, de novo capitaneada por servidores e docentes, e apoiada por alguns estudantes. E novamente, o movimento era por mais verbas para a USP – negadas pelo governo. Antes desta, aconteceu na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) uma greve de alunos em 2002. Pela contratação de 300 novos professores, as aulas foram interrompidas e muitos estudantes chegaram a acampar por dias na avenida que margeia a faculdade. Conseguiram, ao fim, 92 novos docentes para a unidade. Por fim, em 2000 houve também uma grande greve de funcionários, professores e alunos, com direito até a uma curta e inócua invasão da reitoria. Com cinco paralisações nos últimos sete anos, já há quem defenda a inclusão de uma greve anual no calendário letivo oficial da universidade, de tão freqüentes que se tornaram estes movimentos.
12 jun (Folha online) 16h11
Estudantes e funcionários pedem à reitora reabertura de negociaçõesPublicidade
da Folha OnlineEstudantes e servidores da da USP (Universidade de São Paulo) enviaram nesta terça-feira ofícios à reitora Suely Vilela pedindo a reabertura das negociações a respeito da pauta de reivindicações formulada por eles. Os estudantes ocupam o prédio da reitoria desde o dia 3 de maio. Hoje, às 18h, eles realizam uma assembléia para decidir se mantêm ou não a ocupação.Segundo a diretora do Sintusp Neli Wada, na quarta-feira, às 17h, os alunos e servidores que ocupam o prédio realizarão uma entrevista coletiva do prédio do CO (Conselho Universitário) --que fica dentro da reitoria ocupada. Se efetivada, será a primeira vez que a concessão é feita de forma conjunta à imprensa que cobre a manifestação. O acesso ao local é liberado para alunos, servidores e professores, mediante identificação.O tema a ser discutido, segundo a dirigente sindical, será um posicionamento oficial deles a respeito das declarações do governador José Serra (PSDB) e o secretário de Justiça, Luiz Antonio Guimarães Marrey.Integrantes da comissão de imprensa da ocupação foram procurados para comentar o assunto. O estudante Carlos Gimenez indicou Alba Marcondes para falar a respeito, no entanto, ela não foi localizada por meio de seu telefone celular. Um recado foi deixado na caixa postal do celular da estudante, mas não houve resposta até as 16h de hoje.Em assembléia realizada nesta segunda-feira (11), os funcionários da USP decidiram manter a greve iniciada no último dia 16 de maio em solidariedade à greve dos alunos que ocuparam o prédio da reitoria. Ainda ontem, por volta das 13h, os professores decidiram suspender a greve iniciada no dia 23 de maio.Procurada na manhã desta terça, a assessoria de imprensa da reitoria da USP informou que, apesar da volta dos professores ao trabalho, as aulas estavam suspensas em algumas unidades onde os alunos permanecem em greve. A Secretaria Geral da universidade iria fazer o levantamento em todas as unidades para avaliar a adesão às aulas.Procurada, a assessoria de imprensa não soube informar se de fato os ofícios com os pedidos de reabertura de negociações haviam de fato sido feitos e se a reitora iria atendê-los.
da Folha OnlineEstudantes e servidores da da USP (Universidade de São Paulo) enviaram nesta terça-feira ofícios à reitora Suely Vilela pedindo a reabertura das negociações a respeito da pauta de reivindicações formulada por eles. Os estudantes ocupam o prédio da reitoria desde o dia 3 de maio. Hoje, às 18h, eles realizam uma assembléia para decidir se mantêm ou não a ocupação.Segundo a diretora do Sintusp Neli Wada, na quarta-feira, às 17h, os alunos e servidores que ocupam o prédio realizarão uma entrevista coletiva do prédio do CO (Conselho Universitário) --que fica dentro da reitoria ocupada. Se efetivada, será a primeira vez que a concessão é feita de forma conjunta à imprensa que cobre a manifestação. O acesso ao local é liberado para alunos, servidores e professores, mediante identificação.O tema a ser discutido, segundo a dirigente sindical, será um posicionamento oficial deles a respeito das declarações do governador José Serra (PSDB) e o secretário de Justiça, Luiz Antonio Guimarães Marrey.Integrantes da comissão de imprensa da ocupação foram procurados para comentar o assunto. O estudante Carlos Gimenez indicou Alba Marcondes para falar a respeito, no entanto, ela não foi localizada por meio de seu telefone celular. Um recado foi deixado na caixa postal do celular da estudante, mas não houve resposta até as 16h de hoje.Em assembléia realizada nesta segunda-feira (11), os funcionários da USP decidiram manter a greve iniciada no último dia 16 de maio em solidariedade à greve dos alunos que ocuparam o prédio da reitoria. Ainda ontem, por volta das 13h, os professores decidiram suspender a greve iniciada no dia 23 de maio.Procurada na manhã desta terça, a assessoria de imprensa da reitoria da USP informou que, apesar da volta dos professores ao trabalho, as aulas estavam suspensas em algumas unidades onde os alunos permanecem em greve. A Secretaria Geral da universidade iria fazer o levantamento em todas as unidades para avaliar a adesão às aulas.Procurada, a assessoria de imprensa não soube informar se de fato os ofícios com os pedidos de reabertura de negociações haviam de fato sido feitos e se a reitora iria atendê-los.
11 jun (Folha online) 14h29
Professores da Unicamp decidem manter paralisação
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da Folha Online
Em assembléia realizada nesta segunda-feira, os professores da Unicamp (Universidade de Campinas) decidiram manter a paralisação iniciada há 19 dias. Em assembléia paralela, os docentes da USP (Universidade de São Paulo) optaram por suspender o movimento.
Em Campinas (95 km a noroeste de São Paulo), a assembléia dos professores ocorreu no auditório da Adunicamp (Associação de Docentes da Unicamp). Os números da votação ainda não foram oficialmente informados pela associação. A próxima reunião foi marcada para quinta-feira (14).
Na USP, os professores decidiram suspender a greve, de acordo com o presidente da Adusp (Associação dos Docentes da USP), César Minto, por classificarem que a publicação do ato declaratório do governador José Serra (PSDB) em relação aos decretos publicados no início deste ano foi um avanço nos diálogos entre governo e universidades.
No ato, além de prestar esclarecimentos, Serra garante a autonomia universitária, o que foi interpretado por alguns docentes da USP como um recuo.
Os professores da USP suspenderam a greve também pelo avanço nas negociações salariais com o Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades do Estado de São Paulo).
O Fórum das Seis --entidade que integra os servidores e funcionários das três universidades paulistas: USP, Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unicamp (Universidade de Campinas)-- conseguiu do Cruesp a garantia de que fariam acompanhamento rígido da arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do Estado, fonte financeira de repasse às universidades.
Reitoria ocupada
Embora os professores da USP tenham suspendido da greve, os alunos mantêm a ocupação do prédio da reitoria, iniciada no último dia 3 de maio. O grupo deve realizar uma reunião na noite desta segunda-feira para discutir a ocupação. Na terça-feira (12) eles realizam uma nova assembléia, às 18h, para decidir ser permanecem no local.
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da Folha Online
Em assembléia realizada nesta segunda-feira, os professores da Unicamp (Universidade de Campinas) decidiram manter a paralisação iniciada há 19 dias. Em assembléia paralela, os docentes da USP (Universidade de São Paulo) optaram por suspender o movimento.
Em Campinas (95 km a noroeste de São Paulo), a assembléia dos professores ocorreu no auditório da Adunicamp (Associação de Docentes da Unicamp). Os números da votação ainda não foram oficialmente informados pela associação. A próxima reunião foi marcada para quinta-feira (14).
Na USP, os professores decidiram suspender a greve, de acordo com o presidente da Adusp (Associação dos Docentes da USP), César Minto, por classificarem que a publicação do ato declaratório do governador José Serra (PSDB) em relação aos decretos publicados no início deste ano foi um avanço nos diálogos entre governo e universidades.
No ato, além de prestar esclarecimentos, Serra garante a autonomia universitária, o que foi interpretado por alguns docentes da USP como um recuo.
Os professores da USP suspenderam a greve também pelo avanço nas negociações salariais com o Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades do Estado de São Paulo).
O Fórum das Seis --entidade que integra os servidores e funcionários das três universidades paulistas: USP, Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unicamp (Universidade de Campinas)-- conseguiu do Cruesp a garantia de que fariam acompanhamento rígido da arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do Estado, fonte financeira de repasse às universidades.
Reitoria ocupada
Embora os professores da USP tenham suspendido da greve, os alunos mantêm a ocupação do prédio da reitoria, iniciada no último dia 3 de maio. O grupo deve realizar uma reunião na noite desta segunda-feira para discutir a ocupação. Na terça-feira (12) eles realizam uma nova assembléia, às 18h, para decidir ser permanecem no local.
11 jun (folha online) 09h48
Docentes da USP se reúnem hoje para decidir se greve continua
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ShockMode = (IsObject(CreateObject("ShockwaveFlash.ShockwaveFlash.6")))
ROGÉRIO PAGNANda Folha de S.Paulo
Os professores da USP se reúnem em assembléia na manhã desta segunda-feira, na Faculdade de Geografia em São Paulo, para discutir se terminam ou não a greve parcial que já dura 19 dias.
Na semana passada, foi aprovado um indicativo para o fim da manifestação. Segundo professores ouvidos, esse indicativo deve ser concretizado hoje, já que não houve mudanças do cenário desde quarta-feira.
O início das aulas caberá, porém, ao resultado da discussão que ocorrerá hoje.
Também serão debatidas outras formas de manifestações que poderão ser realizadas na campanha de melhorias das condições de ensino.
Para o vice-presidente da Adusp (associação dos professores) Francisco Miraglia, as vitórias conquistadas são suficientes para a suspensão da paralisação. Ele citou a publicação do decreto declaratório pelo governador José Serra (PSDB) e o reajuste salarial de 3,37%, oferecido aos professores e funcionários.
O fim da greve dos professores enfraquece, teoricamente, o movimento dos alunos que invadiram a reitoria da USP há 39 dias que querem --numa lista de 16 itens- a derrubada de decretos do governo estadual.
Esse enfraquecimento ocorreria porque uma das principais bandeiras dos manifestantes é a busca do apoio dos trabalhadores, questão que eles dizem espelhar nos movimentos estudantis franceses.
Francisco Miraglia afirmou que o enfraquecimento do movimento dos estudantes não deve ocorrer porque eles teriam "energia autônoma".
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ROGÉRIO PAGNANda Folha de S.Paulo
Os professores da USP se reúnem em assembléia na manhã desta segunda-feira, na Faculdade de Geografia em São Paulo, para discutir se terminam ou não a greve parcial que já dura 19 dias.
Na semana passada, foi aprovado um indicativo para o fim da manifestação. Segundo professores ouvidos, esse indicativo deve ser concretizado hoje, já que não houve mudanças do cenário desde quarta-feira.
O início das aulas caberá, porém, ao resultado da discussão que ocorrerá hoje.
Também serão debatidas outras formas de manifestações que poderão ser realizadas na campanha de melhorias das condições de ensino.
Para o vice-presidente da Adusp (associação dos professores) Francisco Miraglia, as vitórias conquistadas são suficientes para a suspensão da paralisação. Ele citou a publicação do decreto declaratório pelo governador José Serra (PSDB) e o reajuste salarial de 3,37%, oferecido aos professores e funcionários.
O fim da greve dos professores enfraquece, teoricamente, o movimento dos alunos que invadiram a reitoria da USP há 39 dias que querem --numa lista de 16 itens- a derrubada de decretos do governo estadual.
Esse enfraquecimento ocorreria porque uma das principais bandeiras dos manifestantes é a busca do apoio dos trabalhadores, questão que eles dizem espelhar nos movimentos estudantis franceses.
Francisco Miraglia afirmou que o enfraquecimento do movimento dos estudantes não deve ocorrer porque eles teriam "energia autônoma".
11 jun (Folha online) 13h32
Professores da USP decidem suspender greve PublicidadeCLAYTON FREITASda Folha Online
Os professores da USP decidiram, em assembléia realizada nesta segunda-feira, suspender a greve iniciada no último dia 23 de maio. Os docentes voltam a trabalhar amanhã (12). A assembléia ocorreu no auditório do departamento de Geografia da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da USP (Universidade de São Paulo) e reuniu cerca de 150 professores.
Em assembléia paralela, os docentes da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) optaram por manter o movimento.
A indicação de que a greve dos professores da USP seria suspensa foi decidida na assembléia realizada no último dia 4. A avaliação dos professores, segundo revelou à época o presidente da Adusp (Associação dos Docentes da USP), César Minto, era a de que houve um avanço após a publicação no dia 31 de maio do ato declaratório do governador José Serra (PSDB) em relação aos decretos publicados no início deste ano.
No ato, publicado no "Diário Oficial" do Estado, Serra garantiu a autonomia universitária e esclareceu alguns pontos dos decretos, o que foi interpretado por alguns docentes da USP como um recuo do governo.
Outro ponto levado em consideração pelos professores para votar o que pode representar o fim da greve foi o que consideram o avanço em relação às negociações salariais com o Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades do Estado de São Paulo).
O Fórum das Seis --entidade que integra os servidores e funcionários das três universidades paulistas: USP, Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unicamp-- conseguiu do Cruesp a garantia de que fariam acompanhamento rígido da arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do Estado, fonte financeira de repasse às universidades.
Além disso foi marcada uma nova reunião, em outubro, para avaliar se será possível ou não avançar nas negociações a respeito da incorporação de um valor fixo de R$ 200 ao salário dos servidores.
A decisão da Adusp é a de continuar debatendo as reivindicações mesmo não estando em greve. Os docentes decidiram voltar a trabalhar só amanhã para terem tempo de avisar os alunos.
Sindical
Enquanto os professores decidem suspender o ato de greve, os alunos que ocuparam o prédio da reitoria no dia 3 de maio permanecem no local. Aos moldes do que vêm fazendo desde que se instalaram no local, os alunos programam uma série de atividades.
A novidade é que agora o grupo assumiu discussões inclusive sindicais, de grupos alheios à universidade. No blog que mantêm na internet, os alunos informam que farão uma discussão a respeito das fábricas ocupadas e discutirão o que consideram "repressão na fábrica Cipla" de Joinville (SC). A fábrica de materiais de construção havia sido ocupada por funcionários e eles foram retirados de lá por policiais.
Hoje, às 22h, os alunos realizam uma outra reunião, desta vez para tratar assuntos ligados à ocupação. Na terça-feira (12), eles realizam uma nova assembléia, às 18h, para decidir ser permanecem ou não no local. A permanência é a hipótese mais provável, tendo em vista que eles marcaram para o próximo dia 16 um encontro nacional de estudantes, em frente ao prédio da reitoria.
Os professores da USP decidiram, em assembléia realizada nesta segunda-feira, suspender a greve iniciada no último dia 23 de maio. Os docentes voltam a trabalhar amanhã (12). A assembléia ocorreu no auditório do departamento de Geografia da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da USP (Universidade de São Paulo) e reuniu cerca de 150 professores.
Em assembléia paralela, os docentes da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) optaram por manter o movimento.
A indicação de que a greve dos professores da USP seria suspensa foi decidida na assembléia realizada no último dia 4. A avaliação dos professores, segundo revelou à época o presidente da Adusp (Associação dos Docentes da USP), César Minto, era a de que houve um avanço após a publicação no dia 31 de maio do ato declaratório do governador José Serra (PSDB) em relação aos decretos publicados no início deste ano.
No ato, publicado no "Diário Oficial" do Estado, Serra garantiu a autonomia universitária e esclareceu alguns pontos dos decretos, o que foi interpretado por alguns docentes da USP como um recuo do governo.
Outro ponto levado em consideração pelos professores para votar o que pode representar o fim da greve foi o que consideram o avanço em relação às negociações salariais com o Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades do Estado de São Paulo).
O Fórum das Seis --entidade que integra os servidores e funcionários das três universidades paulistas: USP, Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unicamp-- conseguiu do Cruesp a garantia de que fariam acompanhamento rígido da arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do Estado, fonte financeira de repasse às universidades.
Além disso foi marcada uma nova reunião, em outubro, para avaliar se será possível ou não avançar nas negociações a respeito da incorporação de um valor fixo de R$ 200 ao salário dos servidores.
A decisão da Adusp é a de continuar debatendo as reivindicações mesmo não estando em greve. Os docentes decidiram voltar a trabalhar só amanhã para terem tempo de avisar os alunos.
Sindical
Enquanto os professores decidem suspender o ato de greve, os alunos que ocuparam o prédio da reitoria no dia 3 de maio permanecem no local. Aos moldes do que vêm fazendo desde que se instalaram no local, os alunos programam uma série de atividades.
A novidade é que agora o grupo assumiu discussões inclusive sindicais, de grupos alheios à universidade. No blog que mantêm na internet, os alunos informam que farão uma discussão a respeito das fábricas ocupadas e discutirão o que consideram "repressão na fábrica Cipla" de Joinville (SC). A fábrica de materiais de construção havia sido ocupada por funcionários e eles foram retirados de lá por policiais.
Hoje, às 22h, os alunos realizam uma outra reunião, desta vez para tratar assuntos ligados à ocupação. Na terça-feira (12), eles realizam uma nova assembléia, às 18h, para decidir ser permanecem ou não no local. A permanência é a hipótese mais provável, tendo em vista que eles marcaram para o próximo dia 16 um encontro nacional de estudantes, em frente ao prédio da reitoria.
11jun (folha online) 19h54
Funcionários da USP mantêm greve; professores suspendem movimento Publicidadeda Folha Online
Em assembléia realizada nesta segunda-feira, os funcionários da USP (Universidade de São Paulo) decidiram manter a greve iniciada no último dia 16 de maio. O movimento ocorre em solidariedade à greve dos alunos que ocuparam o prédio da reitoria no dia 3 de maio. Mais cedo, os professores decidiram suspender a greve que começou em 23 de maio.
Paralelamente, os docentes da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) optaram também nesta segunda-feira por permanecer em greve.
Os professores da USP retomam as aulas amanhã (12). Segundo o presidente da Adusp (Associação dos Docentes da USP), César Minto, eles entendem que o ato declaratório do governador José Serra (PSDB) publicado em 31 de maio em relação a decretos anteriores representou um avanço nas negociações e um conseqüente recuo do governo.
Rodrigo Paiva/Folha Imagem Professores da USP decidem em assembleia o fim da greve Os professores avaliaram ainda que houve avanço nas negociações salariais com o Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades do Estado de São Paulo) e marcaram uma nova reunião para outubro próximo, quando analisarão se houve avanço nas negociações pela incorporação de um valor fixo de R$ 200 ao salário dos servidores.
Os funcionários da USP, por outro lado, mantêm o movimento em favor da incorporação de R$ 200 ao salário dos servidores e afirmam, segundo o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), que a pauta de reivindicações da categoria ainda não foi contestada pela reitoria. A assembléia dos funcionários ocorreu em frente ao prédio ocupado da reitoria.
Estudantes da USP
Embora os professores da USP tenham suspendido da greve, os alunos mantêm a ocupação da reitoria. O grupo realiza uma reunião terça-feira (12) para decidir ser fica no local.
A novidade é que agora o grupo assumiu discussões inclusive sindicais, de grupos alheios à universidade. No blog que mantêm na internet, os alunos informam que farão uma discussão a respeito das fábricas ocupadas e discutirão o que consideram "repressão na fábrica Cipla" de Joinville (SC). A fábrica de materiais de construção havia sido ocupada por funcionários e eles foram retirados de lá por policiais.
Em assembléia realizada nesta segunda-feira, os funcionários da USP (Universidade de São Paulo) decidiram manter a greve iniciada no último dia 16 de maio. O movimento ocorre em solidariedade à greve dos alunos que ocuparam o prédio da reitoria no dia 3 de maio. Mais cedo, os professores decidiram suspender a greve que começou em 23 de maio.
Paralelamente, os docentes da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) optaram também nesta segunda-feira por permanecer em greve.
Os professores da USP retomam as aulas amanhã (12). Segundo o presidente da Adusp (Associação dos Docentes da USP), César Minto, eles entendem que o ato declaratório do governador José Serra (PSDB) publicado em 31 de maio em relação a decretos anteriores representou um avanço nas negociações e um conseqüente recuo do governo.
Rodrigo Paiva/Folha Imagem Professores da USP decidem em assembleia o fim da greve Os professores avaliaram ainda que houve avanço nas negociações salariais com o Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades do Estado de São Paulo) e marcaram uma nova reunião para outubro próximo, quando analisarão se houve avanço nas negociações pela incorporação de um valor fixo de R$ 200 ao salário dos servidores.
Os funcionários da USP, por outro lado, mantêm o movimento em favor da incorporação de R$ 200 ao salário dos servidores e afirmam, segundo o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), que a pauta de reivindicações da categoria ainda não foi contestada pela reitoria. A assembléia dos funcionários ocorreu em frente ao prédio ocupado da reitoria.
Estudantes da USP
Embora os professores da USP tenham suspendido da greve, os alunos mantêm a ocupação da reitoria. O grupo realiza uma reunião terça-feira (12) para decidir ser fica no local.
A novidade é que agora o grupo assumiu discussões inclusive sindicais, de grupos alheios à universidade. No blog que mantêm na internet, os alunos informam que farão uma discussão a respeito das fábricas ocupadas e discutirão o que consideram "repressão na fábrica Cipla" de Joinville (SC). A fábrica de materiais de construção havia sido ocupada por funcionários e eles foram retirados de lá por policiais.
segunda-feira, 11 de junho de 2007
11 jun (UOL) 16h24
Professores da USP encerram greve; na Unicamp, paralisação segueDa redaçãoEm São Paulo
Os professores da USP (Universidade de São Paulo) decidiram, em assembléia realizada nesta segunda (11), encerrar a greve iniciada em 23 de maio. Eles aceitaram a proposta feita pelo Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas), que dá reajuste salarial de 3,37% aos servidores das três universidades e o acompanhamento da arrecadação do ICMS (imposto sobre a circulação de mercadorias e prestações de serviços) para a incorporação futura de parcela fixa de até R$ 200 aos salários.A decisão de encerrar o protesto, entretanto, não foi unânime, segundo o vice-presidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp), Francisco Miraglia. Na assembléia, havia cerca de 200 professores.O Cruesp realizou na última quarta (6) a terceira reunião de negociação com os grevistas, representados pelo Fórum das Seis, entidade que reúne funcionários e professores das três universidades estaduais paulistas (além da Unicamp, USP e Unesp).No encontro, os reitores detalharam a proposta de aumento de 3,37%, ofertada na primeira reunião, em 24/5. Para que a parcela fixa desejada pelos servidos seja viabilizada, o Cruesp sugeriu a formação de uma comissão -- com representantes dos dois órgãos -- para acompanhar mensalmente a arrecadação do ICMS. As universidades estaduais paulistas recebem, como orçamento, 9,57% de todo ICMS arrecadado pelo Estado mensalmente.Além disso, os professores consideraram que houve um avanço com a publicação, no dia 31 de maio, de um decreto declaratório do governador José Serra (PSDB) que explicita que outros decretos publicados no início do ano não ferem a autonomia universitária.UnicampEm assembléia realizada nesta segunda-feira (11), a Adunicamp (Associação dos Docentes da Unicamp) decidiu manter a greve, que teve início no dia 23 de maio. Participaram da votação 110 docentes. A decisão sobre a continuação do movimento não foi unânime, mas a entidade não divulgou o balanço dos votos. Os professores marcaram para a próxima quinta-feira (14), às 10h, uma nova assembléia para avaliar o movimento e discutir mais uma vez a questão salarial. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, 12% das aulas não foram dadas nesta segunda-feira. Estão sem aula o IEL (Instituto de Estudos da Linguagem), IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas), IA (Instituto de Artes) e FE (Faculdade de Educação). O IG (Instituto de Geociências) e a FEF (Faculdade de Educação Física) voltaram às atividades. A Unicamp tem cerca de 1.700 professores e 34 mil alunos (graduação e pós-graduação). OcupaçãoOs estudantes que ocupam o prédio da reitoria da USP desde o dia 3 de maio permanecem no local.Segundo informa a Folha Online, o grupo agora também assumiu discussões alheias a assuntos acadêmicos. Os alunos dissem, em seu blog, que agora discutirão o que consideram "repressão na fábrica Cipla" em Joinville (SC). A fábrica de materiais de construção havia sido ocupada por funcionários, mas eles foram retirados pela polícia. Está marcada uma nova assembléia de estudantes para discutir a ocupação na terça (12), às 18h. Segundo informações da rádio Jovem Pan, o secretário do Estado de Justiça, Luiz Antônio Marrey, disse nesta segunda que não descarta o uso da força policial para que a reintegração de posse do prédio, expedida em 16/5, seja cumprida e que os alunos podem ser processados. Com informações da Jovem Pan, da Agência Estado e da Folha Online
Os professores da USP (Universidade de São Paulo) decidiram, em assembléia realizada nesta segunda (11), encerrar a greve iniciada em 23 de maio. Eles aceitaram a proposta feita pelo Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas), que dá reajuste salarial de 3,37% aos servidores das três universidades e o acompanhamento da arrecadação do ICMS (imposto sobre a circulação de mercadorias e prestações de serviços) para a incorporação futura de parcela fixa de até R$ 200 aos salários.A decisão de encerrar o protesto, entretanto, não foi unânime, segundo o vice-presidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp), Francisco Miraglia. Na assembléia, havia cerca de 200 professores.O Cruesp realizou na última quarta (6) a terceira reunião de negociação com os grevistas, representados pelo Fórum das Seis, entidade que reúne funcionários e professores das três universidades estaduais paulistas (além da Unicamp, USP e Unesp).No encontro, os reitores detalharam a proposta de aumento de 3,37%, ofertada na primeira reunião, em 24/5. Para que a parcela fixa desejada pelos servidos seja viabilizada, o Cruesp sugeriu a formação de uma comissão -- com representantes dos dois órgãos -- para acompanhar mensalmente a arrecadação do ICMS. As universidades estaduais paulistas recebem, como orçamento, 9,57% de todo ICMS arrecadado pelo Estado mensalmente.Além disso, os professores consideraram que houve um avanço com a publicação, no dia 31 de maio, de um decreto declaratório do governador José Serra (PSDB) que explicita que outros decretos publicados no início do ano não ferem a autonomia universitária.UnicampEm assembléia realizada nesta segunda-feira (11), a Adunicamp (Associação dos Docentes da Unicamp) decidiu manter a greve, que teve início no dia 23 de maio. Participaram da votação 110 docentes. A decisão sobre a continuação do movimento não foi unânime, mas a entidade não divulgou o balanço dos votos. Os professores marcaram para a próxima quinta-feira (14), às 10h, uma nova assembléia para avaliar o movimento e discutir mais uma vez a questão salarial. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, 12% das aulas não foram dadas nesta segunda-feira. Estão sem aula o IEL (Instituto de Estudos da Linguagem), IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas), IA (Instituto de Artes) e FE (Faculdade de Educação). O IG (Instituto de Geociências) e a FEF (Faculdade de Educação Física) voltaram às atividades. A Unicamp tem cerca de 1.700 professores e 34 mil alunos (graduação e pós-graduação). OcupaçãoOs estudantes que ocupam o prédio da reitoria da USP desde o dia 3 de maio permanecem no local.Segundo informa a Folha Online, o grupo agora também assumiu discussões alheias a assuntos acadêmicos. Os alunos dissem, em seu blog, que agora discutirão o que consideram "repressão na fábrica Cipla" em Joinville (SC). A fábrica de materiais de construção havia sido ocupada por funcionários, mas eles foram retirados pela polícia. Está marcada uma nova assembléia de estudantes para discutir a ocupação na terça (12), às 18h. Segundo informações da rádio Jovem Pan, o secretário do Estado de Justiça, Luiz Antônio Marrey, disse nesta segunda que não descarta o uso da força policial para que a reintegração de posse do prédio, expedida em 16/5, seja cumprida e que os alunos podem ser processados. Com informações da Jovem Pan, da Agência Estado e da Folha Online
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