domingo, 15 de julho de 2007

para quem se interessar

(Os movimentos fazendo uma reunião - sem comentários para ser neutro)

REUNIÃO SOBRE JORNADA DE LUTAS PELA EDUCAÇÃO

RELATO DA REUNIÃO PARA CONSTRUÇÃO DA JORNADA E CONVITE AS ENTIDADES
Data - 12/07/07
Local: CEPATEC (SP)
Presentes:Antonio David Contraponto, Barbara Regina da Silva Educafro, Daniela Mussi FOE, Fábio Nassif de Souza FOE, Gabriela Hipólito Conlute, Glauber Reinaldo Educafro, Igor Felippe MST, Itair MST, Leonardo dos Santos Educafro, Luiz Cassanho Conlute, Mara Machado MMM, Maria Cristina Vargas MST, Paulo Rizzo Andes, Pedro MST, Tânea Mara FEAB, Thiago Conlute, Tica Moreno MMM, Wagner Coletivo Via/Urbanos, Wagner do Nascimento Educafro.

Ausência justificada
UJS e a Articulação de Esquerda.

Contexto- A Via Campesina e setores urbanos formaram um coletivo de juventude, que tem realizado reunões frequentes, refletido sobre o papel da juventude na sociedade brasileira e sobre suas formas de luta.
- O coletivo tem a proposta de fazer uma jornada de lutas no mês de agosto, de forma articulada com militantes e organizações do Movimento Estudantil, que tem um acúmulo histórico na reflexão e luta na área.
- A data proposta pelo coletivo da Via Campesina é entre 13 a 15 de Agosto.
- Seria importante a participação do maior número de entidades. É preciso fechar consensos em relação a foco da jornada, pauta de reivindicação, data para garantir a participação da maior parte de organizações.
- Existem alguns acúmulos dos diálogos realizados com algumas organizações e que seriam: o fim do vestibular, cotas, financiamento da educação.
- Participar da produção do Jornal Brasil de Fato Especial sobre a Educação como material massivo para distribuição durante a jornada.

Pontos com consenso
1- Vamos realizar a jornada com a participação do movimento estudantil e movimentos sociais,
2- Vamos assinar uma convocatória em conjunto com a participação de todas as entidades e organizações;
3- A convocatória precisar ter um conteúdo sintético e resumido para garantir a unidade. Pontos devem ser resumidos e objetivos, com no máximo 10 pontos de pauta;4- Precisamos atuar de forma a garantir o maior número de organizações.
5- Vamos atuar dentro das nossas organizações para garantir a articulação nos estados.
5- Vamos fazer novas articulação com outras entidades e nos estados.Preocupações gerais1- Ainda não existe consenso em relação à data;
2- Possibilidade de greve nas universidades federais no início de agosto;3- Inicio de aulas nas universidades pode atrapalhar e precisamos trabalhar na perspectiva de como organizar;4- A UNE tem um jornada marcada para o final de agosto e podemos dividir as forças, fazendo duas mobilizações relacionadas a educação.Encaminhamentos1- Realizar próxima reunião com papel de ampliar as entidades e organizações, fortalecer a articulação entre elas e convocar a Jornada.
2- DATA: 17 de Julho, as 18 horas no CEPATEC;3- Sobre o material especifico do jornal Brasil de Fato, cada organização de enviar materiais e na reunião vamos tirar uma equipe para sintetizar as contribuições;4- Entidades convidadas para se somar à articulação na próxima reunião: Executivas e Federações de curso; UNE; UBES; Articulação de Esquerda; CMS; MSU; Organizações do movimento negro; Reped; CNTE; FASUBRA.

PS: Reforçamos o convite as escoals de SP para que participem da próxima reunião.
Abraço, Tânea Mara.

domingo, 1 de julho de 2007

24 jun (Folha cotidiano)

Invasão na USP revela um desejo paradoxal por ordem
Os sociólogos Francisco de Oliveira e Laymert Garcia dos Santos e o filósofo Paulo Eduardo Arantes discutem o significado da crise na USPMovimento estudantil rompeu hiato de apatia, mas seu objetivo é conservador UIRÁ MACHADOCOORDENADOR DE ARTIGOS E EVENTOS "O período das grandes marchas acabou", afirma o filósofo Paulo Arantes. A invasão da reitoria da USP também. E agora?Seria um equívoco procurar no passado -e na mística de 68- a chave de compreensão do movimento liderado pelos estudantes contra o governo do Estado e o comando da universidade. Parece haver algo de novo no ar, embora ainda não seja possível dizer exatamente o que nem afirmar qual o legado que deixará para a esquerda.O que já se sabe é que nasce com o mérito de romper um hiato de apatia e desmobilização, mas marcado por um paradoxo: o movimento que se pretende revolucionário e desafia a ordem legal é o mesmo que luta por pautas conservadoras e para restabelecer a ordem.A análise é de Paulo Arantes e dos sociólogos Francisco de Oliveira e Laymert Garcia dos Santos, três dos mais importantes intelectuais da esquerda brasileira, próximos dos estudantes e simpáticos ao movimento. A Folha os convidou na última terça-feira para debater o significado da crise na USP, quando o cenário para o fim da invasão já estava desenhado.Naquele dia, Arantes e Oliveira -e mais alguns colegas- participaram de uma reunião com a reitora da USP, Suely Vilela, para discutir os rumos da crise na universidade. Ficaram ainda mais convencidos da irrelevância da política."A ocupação da reitoria da USP mostra de forma escancarada que a política tradicional não tem mais capacidade de processar os conflitos sociais", afirma Oliveira. "É essa incapacidade que eu venho chamando de irrelevância da política."Adeus às marchas"Simplesmente estamos nos dando conta de que política pode ser outra coisa. Um pontapé na porta rompeu uma rotina de decretos, de apatia. E fez com que um governo prepotente revogasse os decretos. Pode ser que o movimento não tenha um futuro. Daqui a dois dias [última quinta-feira] vão desocupar e não se sabe o que vai acontecer. Estamos vivendo um tempo inesperado, porque não entra nos parâmetros antigos. O período das grandes marchas acabou", diz Arantes.O filósofo compara a situação atual com a de 2000, quando os alunos se associaram a outros setores em greve e conseguiram mobilizar 50 mil pessoas na avenida Paulista (15 mil, segundo a Polícia Militar).Ele diz que o movimento de agora, "do ponto de vista política, é uma molécula", mas produziu "um deus-nos-acuda que não havia sido visto". A reação, diz Arantes, é desproporcional.Se a política tradicional está em xeque, dizem eles, é preciso buscar outras formas de olhar para a crise na USP. E uma delas é justamente a reação da sociedade -mas, sobretudo, a da própria universidade.Quando os estudantes estavam havia poucos dias na reitoria, professores da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), unidade tradicionalmente de esquerda, escreveram textos condenando a violência da ocupação. Outros professores organizaram uma passeata anti-invasão."São manifestações de extrema-direita que nem na ditadura nós tivemos", diz Arantes."O grau de apatia, letargia e neutralização da política chegou a um ponto que reivindicar o que os alunos estão reivindicando e apontar os limites das ações do governo já é uma coisa escandalosa", diz Laymert.Aí apontam o que, para eles, é o grande mérito dos estudantes: se manifestar contra algo com o que não concordavam.Essa linha de raciocínio os leva a considerar que a ordem, na verdade, é uma desordem aceita por todos. O primeiro ato de violência, dizem, não partiu dos estudantes, mas de José Serra, que decidiu governar por decreto e atacar a autonomia das universidades. O mesmo vale para o plano federal, em que, desde FHC, a prática é governar por medidas provisórias."A surpresa foi que ainda existe gás para reagir quando tudo vinha sendo engolido passivamente", diz Laymert.No começo do ano, o governador José Serra (PSDB) editou uma série de decretos que, segundo parte da comunidade acadêmica, ameaçavam a autonomia universitária. No dia 31 de maio, publicou um inédito decreto declaratório e revogou quase todos os itens que estavam sob a mira dos alunos.ParadoxoA medida foi considerada um recuo de Serra e uma vitória dos estudantes. Mas essa conquista encerra um paradoxo."Eu já disse isso a eles [os alunos], e eles ficam meio aborrecidos: foi uma ação de subversão -que parece subversão, mas não existe subversão numa sociedade permissiva- para o retorno ao statu quo ante. Zapatistas, ex-maoístas, trotskistas, independentes se juntaram, ocuparam a reitoria para que o reitor tivesse o direito do pleno exercício da execução orçamentária e financeira de uma universidade, que é puro establishment. É uma subversão pela ordem", afirma Arantes, o mais próximo dos alunos."O famoso Estado democrático de Direito sendo violado nas suas regras elementares -que é o funcionamento de uma autarquia- provocou um ato considerado de subversão revolucionária para colocar as coisas no seu lugar, que é um lugar conservador", completa.Para Arantes, as demais reivindicações vão na mesma linha. A pauta inclui, entre outras, medidas de inclusão social ("assistencialismo") e a Estatuinte ("dentro da normalidade de uma vida institucional")."A pauta de reivindicações, a própria reitora o disse, é perfeitamente realizável. Um dos pontos é o serviço de ônibus da USP. Ora, o que isso quer dizer para uma universidade como a de São Paulo? Não vejo como isso possa estar dizendo que se trata de nova forma de política", diz Oliveira.ContágioOs três concordam quanto ao caráter algo conservador das reivindicações dos estudantes. Ao mesmo tempo, enxergam uma certa novidade no movimento: além da capacidade de quebrar o silêncio, apontam a forma de manifestação."No conteúdo, não há nenhuma alternativa política substantiva. Na forma, é uma ação política inédita, que tende a se multiplicar, como fórmula, independentemente do conteúdo. O contágio então vem da tecnologia política, do modo de fazer. O conteúdo está na forma", diz Arantes.Se a novidade está na forma, é porque os tempos são outros. Os modos antigos de fazer política, insistem eles, não têm mais alcance nem sentido.

www.brasilia17. org 25 jun

ESTADUAIS PAULISTASTRAIÇÃO VERGONHOSA NA USP PARTIDOS VENDEM MOVIMENTO POR MIGALHAS25.06.2007Na última quinta-feira, quando a assembléia geral dos estudantes da USP aprovou a saída dos estudantes da reitoria, o PSOL e outros partidos traidores finalmente conseguiram fazer o que tentaram por 50 dias: por fim à ocupação e acabar com a luta. Na última quinta-feira, a assembléia geral dos estudantes da USP votava o fim da ocupação da reitoria. PSOL, PSTU e PT, sem convencer a ninguém, fingiam comemorar a "grande vitória". Quem esteve presente àquela assembléia, no entanto, viu uma massa apática votando pelo fim da ocupação sem sequer uma salva de palmas, sem qualquer manifestação de alegria real diante do resultado medíocre e grotesco para 50 dias de longa luta. Com o rabo entre as pernasNa verdade, as correntes e partidos que se esforçavam "em comemorar" a "grande vitória", na boca pequena espalhavam desde cedo boatos bem diferentes: o comentário geral que procuravam difundir era outro: "é melhor sair agora, mesmo sem ganhar grande coisa, do que esperar mais um pouco e não conseguir nada". Ou ainda: "é melhor sair agora sem luta do que esperar o pelotão de choque e levar porrada".Foi assim, dessa forma lamentável, que os partidos convenceram a todos os que votaram pelo fim do movimento. Em nome de um vergonhoso "recuo organizado", com o rabo entre as pernas, PSTU, PSOL, LER e PT comandaram a debandada!Para fora da USP, escondendo a vergonhosa e covarde retirada, deram a versão de que havia ocorrido uma "grande vitória". Mas, a verdade é que, com a única exceção do PCO, os partidos de "esquerda"; PSTU, PSOL, LER e PT; puseram fim aos mais de 50 dias de ocupação da reitoria da USP de uma forma vergonhosa e traidora.O crescimento do movimentoSem dúvida, o desenrolar do movimento surpreendeu a todos. Quando alguns valentes companheiros tomaram a reitoria arrebentando a porta de entrada, ninguém esperava que o movimento fosse crescer tanto. No início, PSOL e PSTU queriam fazer só uma ocupação de fachada; sair após alguns poucos dias cantando vitória com as migalhas que a reitora ofereceu, e simplesmente esquecendo os decretos de Serra.Mas, logo a ocupação foi ganhando força e surpreendendo a todos. Veio um segundo momento, a dimensão estadual, nacional e até a repercussão internacional que assumiu a ocupação fizeram com que a pauta inicial de reivindicações, os chamados "17 pontos", fosse ultrapassada pela reivindicação da derrubada dos decretos, pela defesa da autonomia universitária, pela luta por uma universidade livre dos interesses das grandes empresas e do capital.Nesse sentido, a presente carta da reitora, que contém o pacote chamado de "vitorioso", na verdade, foi um absoluto retrocesso. A vergonhosa carta aprovada pela assembléia foi uma reedição requentada de uma contra-proposta da reitora aos "17 pontos" já anteriormente rejeitada pelo movimento. A vergonhosa carta foi uma reedição requentada de uma carta que nos foi apresentada no dia 08 de maio. Por que naquele momento, há mais de 30 dias, a carta, que hoje é o fruto de nossa "imensa vitória", não foi logo aceita? Exatamente porque o movimento já havia ultrapassado as reivindicações específicas internas à USP, de viés meramente assistencial e reformista. Naquele momento, e por várias semanas, o movimento assumiu uma direção audaciosa, politizada e consciente do que significavam o ato de Serra, a criação da secretaria inconstitucional, os vergonhosos decretos, a submissão a Pinotti, agente da FMU e das universidades do capital: a ocupação apontava a todo Brasil o caminho da luta e colocava-se como carro-chefe das demais greves e ocupações em todo o país. O relativo refluxoHouve um terceiro momento; há duas semanas, a ocupação e a greve começaram a dar sinais de que podia haver um recuo na USP. A saída da greve da ADUSP---traiçã o sem precedentes dos docentes---foi o primeiro golpe. A ADUSP se dizia satisfeita com o decreto declaratório de Serra. Quando a ADUSP saiu, foi desencadeada uma debandada geral em vários cursos, de modo que a greve se manteve forte apenas na FFLCH, FAU, FOFITO e em alguns cursos da ECA. Além disso, na mesma semana, a reitoria lançou forte boataria de que haveria punições aos funcionários, forçando um setor do SINTUSP a defender a desocupação e o fim da greve em troca da garantia das não-punições a alguns sindicalistas.UNICAMP e ARARAQUARA: NOVO ÂNIMOSe há duas semanas o movimento recuava, nesta última semana, a ocupação da DAC na UNICAMP deu nova força ao movimento geral, desencadeando outras ocupações no interior de São Paulo. A desocupação violenta da UNESP de Araraquara também reforçava os indícios de que uma nova onda de mobilizações poderia ocorrer como resposta à repressão policial. E não foi diferente, na USP na última quinta-feira, contrariando todos os prognósticos daqueles que queriam liquidar com a greve e a ocupação, o ato de solidariedade aos estudantes de Araraquara foi um enorme sucesso: participaram mais de 300 pessoas entre funcionários e estudantes, enfrentando a polícia e percorrendo a região do Butantã. O grande ato teve repercussão nacional. Em Franca, da mesma maneira o movimento reagiu. Os estudantes ocupantes que já tinham indicativo de desocupação recuaram em sua decisão, e em solidariedade à ocupação da UNICAMP e aos estudantes de Araraquara, votaram pela continuidade da luta. Também na USP de Ribeirão Preto os estudantes que cogitavam suspender a greve mudaram de idéia e decidiram radicalizar e ocupar a prefeitura do campus. Da mesma forma, em muitos campi da UNESP foram discutidas ações radicalizadas para responder à entrada do choque em Araraquara.Como se vê, a conjuntura dava sinais claros de que era possível responder ao refluxo causado pela traição dos docentes da ADUSP e da ADUNICAMP. Era possível continuar a resistir à pressão de uma reitora e de um governador desmoralizados. No entanto, nada disso foi levado em consideração na assembléia que pôs fim à ocupação da reitoria. Pelo contrário, PSTU, PSOL, LER e PT fecharam os olhos para a movimentação no interior do estado, ignoraram o ato e o confronto com a polícia que havia ocorrido poucas horas antes, fecharam os olhos à situação nacional de ascenso e defenderam a retirada, uma retirada ancorada apenas numa vergonhosa proposta já recusada há mais de 30 dias!Na assembléia o PSTU e o PSOL tiveram a coragem de defender que se votasse a aceitação da carta da reitora antes mesmo de que fosse feita qualquer discussão sobre a conjuntura do movimento estadual e nacional. Para ajudar na sua traição, trouxeram uns professores "notáveis", velhos reformistas já muito conhecidos pelas suas posições confusas e incoerentes, e até sindicalistas experientes de outras categorias, velhos especialistas em furar greve. Armado o grande teatro com a "comissão de facilitação", o grupo de professores intrometidos, que nada tinha a fazer em assembléia de estudantes, tomou a palavra e leu solenemente as propostas ridículas. Como num grande espetáculo de mau gosto, a comissão solene chegou na assembléia como se tivesse em suas mãos a última cartada antes do pelotão de choque. Lido o documento, após o reinício da assembléia, nada mais poderia ser feito. Como num cortejo fúnebre, a assembléia aprovou a carta. Cinqüenta dias de luta, cinqüenta dias de esforço, cinqüenta dias de combate honroso e resistência foram jogados fora pelos traidores de sempre, os traidores de plantão que atuam na USP e a escala nacional, como correia de transmissão da burocracia universitária e do grande capital.ABAIXO A TRAIÇÃO!CONSTRUIR UMA NOVA DIREÇÃO!MOVIMENTO NEGAÇÃO DA NEGAÇÃO!

quinta-feira, 21 de junho de 2007

21 jun - Estasdão Ocupação

17 jun
Estudantes decidem realizar onda de invasões de reitorias
Série de manifestações está marcada só para depois das férias de julho
Ricardo Westin, do Estado
SÃO PAULO - Líderes estudantis decidiram, no fim de semana, que realizarão uma onda de invasões de reitorias e diretorias de universidades públicas de todo o País na primeira quinzena de agosto.
Embalados pela repercussão da ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), que dura 46 dias, os alunos querem levar a outras regiões o protesto contra o que eles chamam de sucateamento do ensino superior público.
A onda de invasões foi aprovada numa plenária estudantil, com universitários de várias regiões do País, realizada na noite de sábado, 16, na reitoria invadida da USP. O período de "ocupações e reocupações", como eles afirmaram, ocorrerá na semana entre 5 e 13 de agosto.
Os estudantes decidiram esperar passar julho, mês em que normalmente há férias.
Na semana passada, seguindo o exemplo da USP, universitários invadiram as reitorias das Universidades Federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Pará (UFPA).
Outra decisão da plenária foi a realização de uma marcha estudantil em Brasília, também em agosto, para pressionar o Congresso e o Ministério da Educação por melhorias no ensino público.
A reitora da USP, Suely Vilela, segundo assessores, decidiu que não haverá negociação com os alunos enquanto o prédio da reitoria não for desocupado. Além disso, ela disse que os invasores - principalmente os funcionários - sofrerão punições. Essas duas decisões vão contra as expectativas dos universitários grevistas, o que deve dificultar ainda mais as negociações.
A reportagem procurou os líderes da ocupação da reitoria, mas eles informaram que até mesmo comentários sobre declarações da reitora precisam ser discutidos em assembléia, antes de serem tornados públicos.
Na USP, a crise tem origem nos decretos que o governador José Serra (PSDB) publicou no início do ano, assim que tomou posse, criando a Secretaria de Ensino Superior e incluindo as três universidades paulistas - USP e Universidades Estaduais Paulista (Unesp) e de Campinas (Unicamp), no interior do Estado - na declaração de gastos diariamente num sistema informatizado de prestação de contas, como fazem os demais órgãos estaduais.
Inicialmente, os reitores viram nos decretos uma ameaça à autonomia universitária. O governador explicou que essa era uma visão equivocada. Os reitores aceitaram a explicação, mas os alunos, não.

IA - 20/06/2007 - Folha online 13h50

Alunos da Unesp realizam ocupação em prédio do campus de São Paulo
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da Folha Online
Cerca de 50 alunos da Unesp (Universidade Estadual Paulista) ocuparam o prédio do Instituto de Artes, localizado no Campus de São Paulo, localizado no Ipiranga (zona sul de São Paulo), na noite de terça-feira (19).
Em nota enviada à imprensa, a direção da universidade afirma que o ato ocorreu na manhã desta quarta-feira e foi uma represália por parte dos alunos devido ao resultado da assembléia realizada pela Adunesp (Associação dos Docentes da Unesp), realizada na terça-feira (19), que pôs fim à greve que se estendia desde o dia 31 de maio.
Segundo a estudante do curso de educação artística da universidade, Lia Aleixo, 29, após a assembléia dos alunos realizada das 13h às 19h, eles decidiram permanecer no prédio e que a informação da presença deles no local só foi divulgada nesta manhã.
Segundo ela, os alunos permanecem no prédio em resposta à ação da Polícia Militar, que acompanhou, na madrugada desta quarta-feira, o cumprimento de um mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça contra alunos que ocupavam o prédio da diretoria da Faculdade de Ciências e Letras (FCL) do campus Araraquara (273 km de São Paulo).
Ela confirmou a versão apresentada pela direção da universidade e considerou a decisão dos professores um descumprimento do acordo estabelecido entre eles, e que previa a greve por tempo indeterminado tanto de alunos como de professores. Lia disse ainda que a intenção do grupo é permanecer ao menos até a próxima segunda-feira (25). Na segunda está marcada uma assembléia para avaliar os rumos do movimento. "Todos os professores têm entrada permitida, mas estamos convidando-os a não dar aulas", afirmou a estudante.
Espera
O diretor do Instituto de Artes, João Cardoso Palma Filho, afirmou que registrou um boletim de ocorrência no 17º DP (Delegacia de Polícia), no Ipiranga (zona sul de São Paulo), para dar notícia à ocupação e não de natureza criminal; ou seja, não busca apontar os líderes e responsáveis pelo ato de ocupação, segundo o docente.
O documento, segundo Palma Filho, foi encaminhado ao setor jurídico da universidade, departamento responsável por fornecer um parecer ao docente. Caberá a Palma Filho a decisão de pedir ou não à Justiça a reintegração de posse do prédio. O docente nega que tenha feito o pedido até as 13h40 de hoje. Para ele é razoável aguardar até a próxima segunda-feira. "O clima está tranqüilo. Eu mesmo estou trabalhando, mas as aulas não estão ocorrendo pois os alunos colocaram carteiras nas portas impedindo o acesso", disse. Ele não descartou, porém, solicitar a desocupação à Justiça antes do prazo caso julgue necessário.
Palma Filho negou que estivesse sendo tolerante. "Como é algo que ocorrerá até o final de semana, não tomei medidas mais duras pois acredito que eles [alunos] serão razoáveis e não nos criarão maiores problemas. Estão apenas descontentes pois com a volta dos professores as faltas começam a ser anotadas", afirmou o docente.
Segundo o diretor do Instituto de Artes, estão matriculados 646 alunos na graduação e outros 80 na pós-graduação, divididos em cinco cursos, sendo três licenciaturas e dois bacharelados, além de outros dois programas de mestrado.
Em nota enviada à imprensa nesta terça-feira, o reitor da Unesp, Marcos Macari, afirmou que a reitoria tem participado de reuniões com alunos, docentes e servidores técnicos e administrativos nas suas 32 unidades.
A nota informa ainda que a reitoria apóia as medidas do diretor do Instituto de Artes e que a reitoria está disposta a continuar o diálogo com os alunos, no entanto se recusa a negociar sob o que denominou "coação por meio de recursos violentos".
A desocupação
A desocupação no prédio da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara aconteceu por volta das 2h30 desta quarta-feira. Policiais militares da tropa da choque de São Paulo e da Força Tática do 13º Batalhão de Policiamento do Interior participaram da ação.
O governo estadual informou participaram da ação 180 PMs e os cerca de cem estudantes ocupavam a sala da diretoria da faculdade desde o dia 13 de junho foram encaminhados ao 4º DP de Araraquara.
Apesar de já haver um mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça de São Paulo contra os alunos que ocupam o prédio da reitoria da USP (Universidade de São Paulo) desde o dia 16 de maio, ele não havia sido cumprido até as 13h40 desta quarta-feira.
Eles afirmam, em texto publicado no blog que mantém na internet, repúdio ao que consideraram a ação policial no campus de Araraquara. "Repudiamos a política de bater, prender, para não dialogar. Criminalizar a ação política estudantil é uma forma de inviabilizar ainda mais o diálogo democrático, proliferando o medo como forma de governo, o que remete aos anos do regime militar", afirma o texto.

IA- 20/06/2007 - (uol) 12h44

Unesp: Alunos ocupam dependências do Instituto de Artes em SPDa redaçãoEm São Paulo

Cerca de 50 alunos ocuparam na manhã desta quarta-feira (20) diversas dependências do IA (Instituto de Artes) da Unesp (Universidade Estadual Paulista), no campus do Ipiranga, em São Paulo e impediram o retorno às aulas. O ato foi represália à decisão de assembléia de docentes realizada na terça (19), que decidiu o fim da greve iniciada em 31 de maio. Os manifestantes retiraram cadeiras das salas de aula, colocando-as nos corredores e usando-as também como bloqueios nas portas.O IA tem aproximadamente 800 alunos (cerca de 650 de graduação e 150 de pós-graduação).O diretor do Instituto, João Cardoso Palma Filho, registrou ocorrência no 17º Distrito Policial (Ipiranga). Palma considera a ocupação e demais recursos a expedientes violentos um retrocesso em relação às conquistas da sociedade brasileira.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

15/06 - último segundo 08:34

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2007/06/15/estudantes_e_funcionarios_fazem_ato_unificado_nesta_sexta_feira_827313.html

Manifestantes da USP e policiais entram em confronto durante passeata
15/06 - 08:34, atualizada às 18:31 15/06 - Redação com agências


SÃO PAULO - Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade de Campinas (Unicamp), junto aos funcionários em greve, realizam uma manifestação nesta sexta-feira na Avenida Paulista. Por volta das 15h50, cerca de 1200 manifestantes saíram do vão do Masp e irão até a Praça da República. A manifestação passou pela Paulista e pela Rua da Consolação e está em frente à Secretaria Estadual de Ensino Superior, na Rua Guaianazes, no centro. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informa que o ato complica o trânsito na região central.

Conversa Afiada: Estudantes fazem novo ato contra Serra na Paulista; veja ao vivo
Durante a passeata, houve alguns conflitos entre os manifestantes e policiais militares.
O ato tem como objetivo exigir a revogação dos decretos do governo e mais verbas para a educação pública. Os manifestantes saíram do vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), caminharam pela Av. Paulista, Rua da Consolação e já estão em frente à Secretaria Estadual de Ensino Superior, que está isolada por policiais militares.
Indicativo de desocupação
Segundo a assessoria da reitoria ocupada, os alunos enviaram um email na noite desta quinta-feira com as propostas para uma nova reunião. A reitora Suely Vilela está analisando os pontos reivindicados pelos estudantes.
Na última quarta-feira (13) os estudantes da USP, que ocupam o prédio da reitoria desde o dia 3 de maio, divulgaram uma carta aberta à reitoria para apresentar as reivindicações definidas em uma assembléia realizada na terça-feira, quando os manifestantes votaram um indicativo de desocupação.
Segundo a assessoria da universidade, a reitora Suely Vilela ainda aguarda que os pontos elaborados pelos alunos sejam entregues por escrito para que ela possa marcar uma nova reunião. Na noite de quarta, estudantes e funcionários reafirmaram a união dos setores em defesa das reivindicações do movimento.
Prejudicados
A ocupação da reitoria da USP, que hoje completa 43 dias, paralisa processos de concessão de bolsas a alunos, impediu a criação de 200 vagas na Fuvest e interrompeu o início de um novo programa informatizado de matrículas, entre outros prejuízos. A invasão tem deixado sem acesso documentos importantes, em papel ou em arquivo de computador, de todas as pró-reitorias e de outros departamentos que funcionavam dentro do prédio.
Reivindicações
A maior reivindicação dos alunos é a derrubada de cinco decretos do governador do estado, José Serra, que alteram as regras de administração, orçamento, contratação e salários em universidades paulistas.
Essa, porém não é a única reivindicação dos alunos. Eles divulgaram uma lista com 17 pedidos ao governo de São Paulo e à reitoria da universidade.