domingo, 1 de julho de 2007
www.brasilia17. org 25 jun
ESTADUAIS PAULISTASTRAIÇÃO VERGONHOSA NA USP PARTIDOS VENDEM MOVIMENTO POR MIGALHAS25.06.2007Na última quinta-feira, quando a assembléia geral dos estudantes da USP aprovou a saída dos estudantes da reitoria, o PSOL e outros partidos traidores finalmente conseguiram fazer o que tentaram por 50 dias: por fim à ocupação e acabar com a luta. Na última quinta-feira, a assembléia geral dos estudantes da USP votava o fim da ocupação da reitoria. PSOL, PSTU e PT, sem convencer a ninguém, fingiam comemorar a "grande vitória". Quem esteve presente àquela assembléia, no entanto, viu uma massa apática votando pelo fim da ocupação sem sequer uma salva de palmas, sem qualquer manifestação de alegria real diante do resultado medíocre e grotesco para 50 dias de longa luta. Com o rabo entre as pernasNa verdade, as correntes e partidos que se esforçavam "em comemorar" a "grande vitória", na boca pequena espalhavam desde cedo boatos bem diferentes: o comentário geral que procuravam difundir era outro: "é melhor sair agora, mesmo sem ganhar grande coisa, do que esperar mais um pouco e não conseguir nada". Ou ainda: "é melhor sair agora sem luta do que esperar o pelotão de choque e levar porrada".Foi assim, dessa forma lamentável, que os partidos convenceram a todos os que votaram pelo fim do movimento. Em nome de um vergonhoso "recuo organizado", com o rabo entre as pernas, PSTU, PSOL, LER e PT comandaram a debandada!Para fora da USP, escondendo a vergonhosa e covarde retirada, deram a versão de que havia ocorrido uma "grande vitória". Mas, a verdade é que, com a única exceção do PCO, os partidos de "esquerda"; PSTU, PSOL, LER e PT; puseram fim aos mais de 50 dias de ocupação da reitoria da USP de uma forma vergonhosa e traidora.O crescimento do movimentoSem dúvida, o desenrolar do movimento surpreendeu a todos. Quando alguns valentes companheiros tomaram a reitoria arrebentando a porta de entrada, ninguém esperava que o movimento fosse crescer tanto. No início, PSOL e PSTU queriam fazer só uma ocupação de fachada; sair após alguns poucos dias cantando vitória com as migalhas que a reitora ofereceu, e simplesmente esquecendo os decretos de Serra.Mas, logo a ocupação foi ganhando força e surpreendendo a todos. Veio um segundo momento, a dimensão estadual, nacional e até a repercussão internacional que assumiu a ocupação fizeram com que a pauta inicial de reivindicações, os chamados "17 pontos", fosse ultrapassada pela reivindicação da derrubada dos decretos, pela defesa da autonomia universitária, pela luta por uma universidade livre dos interesses das grandes empresas e do capital.Nesse sentido, a presente carta da reitora, que contém o pacote chamado de "vitorioso", na verdade, foi um absoluto retrocesso. A vergonhosa carta aprovada pela assembléia foi uma reedição requentada de uma contra-proposta da reitora aos "17 pontos" já anteriormente rejeitada pelo movimento. A vergonhosa carta foi uma reedição requentada de uma carta que nos foi apresentada no dia 08 de maio. Por que naquele momento, há mais de 30 dias, a carta, que hoje é o fruto de nossa "imensa vitória", não foi logo aceita? Exatamente porque o movimento já havia ultrapassado as reivindicações específicas internas à USP, de viés meramente assistencial e reformista. Naquele momento, e por várias semanas, o movimento assumiu uma direção audaciosa, politizada e consciente do que significavam o ato de Serra, a criação da secretaria inconstitucional, os vergonhosos decretos, a submissão a Pinotti, agente da FMU e das universidades do capital: a ocupação apontava a todo Brasil o caminho da luta e colocava-se como carro-chefe das demais greves e ocupações em todo o país. O relativo refluxoHouve um terceiro momento; há duas semanas, a ocupação e a greve começaram a dar sinais de que podia haver um recuo na USP. A saída da greve da ADUSP---traiçã o sem precedentes dos docentes---foi o primeiro golpe. A ADUSP se dizia satisfeita com o decreto declaratório de Serra. Quando a ADUSP saiu, foi desencadeada uma debandada geral em vários cursos, de modo que a greve se manteve forte apenas na FFLCH, FAU, FOFITO e em alguns cursos da ECA. Além disso, na mesma semana, a reitoria lançou forte boataria de que haveria punições aos funcionários, forçando um setor do SINTUSP a defender a desocupação e o fim da greve em troca da garantia das não-punições a alguns sindicalistas.UNICAMP e ARARAQUARA: NOVO ÂNIMOSe há duas semanas o movimento recuava, nesta última semana, a ocupação da DAC na UNICAMP deu nova força ao movimento geral, desencadeando outras ocupações no interior de São Paulo. A desocupação violenta da UNESP de Araraquara também reforçava os indícios de que uma nova onda de mobilizações poderia ocorrer como resposta à repressão policial. E não foi diferente, na USP na última quinta-feira, contrariando todos os prognósticos daqueles que queriam liquidar com a greve e a ocupação, o ato de solidariedade aos estudantes de Araraquara foi um enorme sucesso: participaram mais de 300 pessoas entre funcionários e estudantes, enfrentando a polícia e percorrendo a região do Butantã. O grande ato teve repercussão nacional. Em Franca, da mesma maneira o movimento reagiu. Os estudantes ocupantes que já tinham indicativo de desocupação recuaram em sua decisão, e em solidariedade à ocupação da UNICAMP e aos estudantes de Araraquara, votaram pela continuidade da luta. Também na USP de Ribeirão Preto os estudantes que cogitavam suspender a greve mudaram de idéia e decidiram radicalizar e ocupar a prefeitura do campus. Da mesma forma, em muitos campi da UNESP foram discutidas ações radicalizadas para responder à entrada do choque em Araraquara.Como se vê, a conjuntura dava sinais claros de que era possível responder ao refluxo causado pela traição dos docentes da ADUSP e da ADUNICAMP. Era possível continuar a resistir à pressão de uma reitora e de um governador desmoralizados. No entanto, nada disso foi levado em consideração na assembléia que pôs fim à ocupação da reitoria. Pelo contrário, PSTU, PSOL, LER e PT fecharam os olhos para a movimentação no interior do estado, ignoraram o ato e o confronto com a polícia que havia ocorrido poucas horas antes, fecharam os olhos à situação nacional de ascenso e defenderam a retirada, uma retirada ancorada apenas numa vergonhosa proposta já recusada há mais de 30 dias!Na assembléia o PSTU e o PSOL tiveram a coragem de defender que se votasse a aceitação da carta da reitora antes mesmo de que fosse feita qualquer discussão sobre a conjuntura do movimento estadual e nacional. Para ajudar na sua traição, trouxeram uns professores "notáveis", velhos reformistas já muito conhecidos pelas suas posições confusas e incoerentes, e até sindicalistas experientes de outras categorias, velhos especialistas em furar greve. Armado o grande teatro com a "comissão de facilitação", o grupo de professores intrometidos, que nada tinha a fazer em assembléia de estudantes, tomou a palavra e leu solenemente as propostas ridículas. Como num grande espetáculo de mau gosto, a comissão solene chegou na assembléia como se tivesse em suas mãos a última cartada antes do pelotão de choque. Lido o documento, após o reinício da assembléia, nada mais poderia ser feito. Como num cortejo fúnebre, a assembléia aprovou a carta. Cinqüenta dias de luta, cinqüenta dias de esforço, cinqüenta dias de combate honroso e resistência foram jogados fora pelos traidores de sempre, os traidores de plantão que atuam na USP e a escala nacional, como correia de transmissão da burocracia universitária e do grande capital.ABAIXO A TRAIÇÃO!CONSTRUIR UMA NOVA DIREÇÃO!MOVIMENTO NEGAÇÃO DA NEGAÇÃO!
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