(Os movimentos fazendo uma reunião - sem comentários para ser neutro)
REUNIÃO SOBRE JORNADA DE LUTAS PELA EDUCAÇÃO
RELATO DA REUNIÃO PARA CONSTRUÇÃO DA JORNADA E CONVITE AS ENTIDADES
Data - 12/07/07
Local: CEPATEC (SP)
Presentes:Antonio David Contraponto, Barbara Regina da Silva Educafro, Daniela Mussi FOE, Fábio Nassif de Souza FOE, Gabriela Hipólito Conlute, Glauber Reinaldo Educafro, Igor Felippe MST, Itair MST, Leonardo dos Santos Educafro, Luiz Cassanho Conlute, Mara Machado MMM, Maria Cristina Vargas MST, Paulo Rizzo Andes, Pedro MST, Tânea Mara FEAB, Thiago Conlute, Tica Moreno MMM, Wagner Coletivo Via/Urbanos, Wagner do Nascimento Educafro.
Ausência justificada
UJS e a Articulação de Esquerda.
Contexto- A Via Campesina e setores urbanos formaram um coletivo de juventude, que tem realizado reunões frequentes, refletido sobre o papel da juventude na sociedade brasileira e sobre suas formas de luta.
- O coletivo tem a proposta de fazer uma jornada de lutas no mês de agosto, de forma articulada com militantes e organizações do Movimento Estudantil, que tem um acúmulo histórico na reflexão e luta na área.
- A data proposta pelo coletivo da Via Campesina é entre 13 a 15 de Agosto.
- Seria importante a participação do maior número de entidades. É preciso fechar consensos em relação a foco da jornada, pauta de reivindicação, data para garantir a participação da maior parte de organizações.
- Existem alguns acúmulos dos diálogos realizados com algumas organizações e que seriam: o fim do vestibular, cotas, financiamento da educação.
- Participar da produção do Jornal Brasil de Fato Especial sobre a Educação como material massivo para distribuição durante a jornada.
Pontos com consenso
1- Vamos realizar a jornada com a participação do movimento estudantil e movimentos sociais,
2- Vamos assinar uma convocatória em conjunto com a participação de todas as entidades e organizações;
3- A convocatória precisar ter um conteúdo sintético e resumido para garantir a unidade. Pontos devem ser resumidos e objetivos, com no máximo 10 pontos de pauta;4- Precisamos atuar de forma a garantir o maior número de organizações.
5- Vamos atuar dentro das nossas organizações para garantir a articulação nos estados.
5- Vamos fazer novas articulação com outras entidades e nos estados.Preocupações gerais1- Ainda não existe consenso em relação à data;
2- Possibilidade de greve nas universidades federais no início de agosto;3- Inicio de aulas nas universidades pode atrapalhar e precisamos trabalhar na perspectiva de como organizar;4- A UNE tem um jornada marcada para o final de agosto e podemos dividir as forças, fazendo duas mobilizações relacionadas a educação.Encaminhamentos1- Realizar próxima reunião com papel de ampliar as entidades e organizações, fortalecer a articulação entre elas e convocar a Jornada.
2- DATA: 17 de Julho, as 18 horas no CEPATEC;3- Sobre o material especifico do jornal Brasil de Fato, cada organização de enviar materiais e na reunião vamos tirar uma equipe para sintetizar as contribuições;4- Entidades convidadas para se somar à articulação na próxima reunião: Executivas e Federações de curso; UNE; UBES; Articulação de Esquerda; CMS; MSU; Organizações do movimento negro; Reped; CNTE; FASUBRA.
PS: Reforçamos o convite as escoals de SP para que participem da próxima reunião.
Abraço, Tânea Mara.
domingo, 15 de julho de 2007
domingo, 1 de julho de 2007
24 jun (Folha cotidiano)
Invasão na USP revela um desejo paradoxal por ordem
Os sociólogos Francisco de Oliveira e Laymert Garcia dos Santos e o filósofo Paulo Eduardo Arantes discutem o significado da crise na USPMovimento estudantil rompeu hiato de apatia, mas seu objetivo é conservador UIRÁ MACHADOCOORDENADOR DE ARTIGOS E EVENTOS "O período das grandes marchas acabou", afirma o filósofo Paulo Arantes. A invasão da reitoria da USP também. E agora?Seria um equívoco procurar no passado -e na mística de 68- a chave de compreensão do movimento liderado pelos estudantes contra o governo do Estado e o comando da universidade. Parece haver algo de novo no ar, embora ainda não seja possível dizer exatamente o que nem afirmar qual o legado que deixará para a esquerda.O que já se sabe é que nasce com o mérito de romper um hiato de apatia e desmobilização, mas marcado por um paradoxo: o movimento que se pretende revolucionário e desafia a ordem legal é o mesmo que luta por pautas conservadoras e para restabelecer a ordem.A análise é de Paulo Arantes e dos sociólogos Francisco de Oliveira e Laymert Garcia dos Santos, três dos mais importantes intelectuais da esquerda brasileira, próximos dos estudantes e simpáticos ao movimento. A Folha os convidou na última terça-feira para debater o significado da crise na USP, quando o cenário para o fim da invasão já estava desenhado.Naquele dia, Arantes e Oliveira -e mais alguns colegas- participaram de uma reunião com a reitora da USP, Suely Vilela, para discutir os rumos da crise na universidade. Ficaram ainda mais convencidos da irrelevância da política."A ocupação da reitoria da USP mostra de forma escancarada que a política tradicional não tem mais capacidade de processar os conflitos sociais", afirma Oliveira. "É essa incapacidade que eu venho chamando de irrelevância da política."Adeus às marchas"Simplesmente estamos nos dando conta de que política pode ser outra coisa. Um pontapé na porta rompeu uma rotina de decretos, de apatia. E fez com que um governo prepotente revogasse os decretos. Pode ser que o movimento não tenha um futuro. Daqui a dois dias [última quinta-feira] vão desocupar e não se sabe o que vai acontecer. Estamos vivendo um tempo inesperado, porque não entra nos parâmetros antigos. O período das grandes marchas acabou", diz Arantes.O filósofo compara a situação atual com a de 2000, quando os alunos se associaram a outros setores em greve e conseguiram mobilizar 50 mil pessoas na avenida Paulista (15 mil, segundo a Polícia Militar).Ele diz que o movimento de agora, "do ponto de vista política, é uma molécula", mas produziu "um deus-nos-acuda que não havia sido visto". A reação, diz Arantes, é desproporcional.Se a política tradicional está em xeque, dizem eles, é preciso buscar outras formas de olhar para a crise na USP. E uma delas é justamente a reação da sociedade -mas, sobretudo, a da própria universidade.Quando os estudantes estavam havia poucos dias na reitoria, professores da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), unidade tradicionalmente de esquerda, escreveram textos condenando a violência da ocupação. Outros professores organizaram uma passeata anti-invasão."São manifestações de extrema-direita que nem na ditadura nós tivemos", diz Arantes."O grau de apatia, letargia e neutralização da política chegou a um ponto que reivindicar o que os alunos estão reivindicando e apontar os limites das ações do governo já é uma coisa escandalosa", diz Laymert.Aí apontam o que, para eles, é o grande mérito dos estudantes: se manifestar contra algo com o que não concordavam.Essa linha de raciocínio os leva a considerar que a ordem, na verdade, é uma desordem aceita por todos. O primeiro ato de violência, dizem, não partiu dos estudantes, mas de José Serra, que decidiu governar por decreto e atacar a autonomia das universidades. O mesmo vale para o plano federal, em que, desde FHC, a prática é governar por medidas provisórias."A surpresa foi que ainda existe gás para reagir quando tudo vinha sendo engolido passivamente", diz Laymert.No começo do ano, o governador José Serra (PSDB) editou uma série de decretos que, segundo parte da comunidade acadêmica, ameaçavam a autonomia universitária. No dia 31 de maio, publicou um inédito decreto declaratório e revogou quase todos os itens que estavam sob a mira dos alunos.ParadoxoA medida foi considerada um recuo de Serra e uma vitória dos estudantes. Mas essa conquista encerra um paradoxo."Eu já disse isso a eles [os alunos], e eles ficam meio aborrecidos: foi uma ação de subversão -que parece subversão, mas não existe subversão numa sociedade permissiva- para o retorno ao statu quo ante. Zapatistas, ex-maoístas, trotskistas, independentes se juntaram, ocuparam a reitoria para que o reitor tivesse o direito do pleno exercício da execução orçamentária e financeira de uma universidade, que é puro establishment. É uma subversão pela ordem", afirma Arantes, o mais próximo dos alunos."O famoso Estado democrático de Direito sendo violado nas suas regras elementares -que é o funcionamento de uma autarquia- provocou um ato considerado de subversão revolucionária para colocar as coisas no seu lugar, que é um lugar conservador", completa.Para Arantes, as demais reivindicações vão na mesma linha. A pauta inclui, entre outras, medidas de inclusão social ("assistencialismo") e a Estatuinte ("dentro da normalidade de uma vida institucional")."A pauta de reivindicações, a própria reitora o disse, é perfeitamente realizável. Um dos pontos é o serviço de ônibus da USP. Ora, o que isso quer dizer para uma universidade como a de São Paulo? Não vejo como isso possa estar dizendo que se trata de nova forma de política", diz Oliveira.ContágioOs três concordam quanto ao caráter algo conservador das reivindicações dos estudantes. Ao mesmo tempo, enxergam uma certa novidade no movimento: além da capacidade de quebrar o silêncio, apontam a forma de manifestação."No conteúdo, não há nenhuma alternativa política substantiva. Na forma, é uma ação política inédita, que tende a se multiplicar, como fórmula, independentemente do conteúdo. O contágio então vem da tecnologia política, do modo de fazer. O conteúdo está na forma", diz Arantes.Se a novidade está na forma, é porque os tempos são outros. Os modos antigos de fazer política, insistem eles, não têm mais alcance nem sentido.
Os sociólogos Francisco de Oliveira e Laymert Garcia dos Santos e o filósofo Paulo Eduardo Arantes discutem o significado da crise na USPMovimento estudantil rompeu hiato de apatia, mas seu objetivo é conservador UIRÁ MACHADOCOORDENADOR DE ARTIGOS E EVENTOS "O período das grandes marchas acabou", afirma o filósofo Paulo Arantes. A invasão da reitoria da USP também. E agora?Seria um equívoco procurar no passado -e na mística de 68- a chave de compreensão do movimento liderado pelos estudantes contra o governo do Estado e o comando da universidade. Parece haver algo de novo no ar, embora ainda não seja possível dizer exatamente o que nem afirmar qual o legado que deixará para a esquerda.O que já se sabe é que nasce com o mérito de romper um hiato de apatia e desmobilização, mas marcado por um paradoxo: o movimento que se pretende revolucionário e desafia a ordem legal é o mesmo que luta por pautas conservadoras e para restabelecer a ordem.A análise é de Paulo Arantes e dos sociólogos Francisco de Oliveira e Laymert Garcia dos Santos, três dos mais importantes intelectuais da esquerda brasileira, próximos dos estudantes e simpáticos ao movimento. A Folha os convidou na última terça-feira para debater o significado da crise na USP, quando o cenário para o fim da invasão já estava desenhado.Naquele dia, Arantes e Oliveira -e mais alguns colegas- participaram de uma reunião com a reitora da USP, Suely Vilela, para discutir os rumos da crise na universidade. Ficaram ainda mais convencidos da irrelevância da política."A ocupação da reitoria da USP mostra de forma escancarada que a política tradicional não tem mais capacidade de processar os conflitos sociais", afirma Oliveira. "É essa incapacidade que eu venho chamando de irrelevância da política."Adeus às marchas"Simplesmente estamos nos dando conta de que política pode ser outra coisa. Um pontapé na porta rompeu uma rotina de decretos, de apatia. E fez com que um governo prepotente revogasse os decretos. Pode ser que o movimento não tenha um futuro. Daqui a dois dias [última quinta-feira] vão desocupar e não se sabe o que vai acontecer. Estamos vivendo um tempo inesperado, porque não entra nos parâmetros antigos. O período das grandes marchas acabou", diz Arantes.O filósofo compara a situação atual com a de 2000, quando os alunos se associaram a outros setores em greve e conseguiram mobilizar 50 mil pessoas na avenida Paulista (15 mil, segundo a Polícia Militar).Ele diz que o movimento de agora, "do ponto de vista política, é uma molécula", mas produziu "um deus-nos-acuda que não havia sido visto". A reação, diz Arantes, é desproporcional.Se a política tradicional está em xeque, dizem eles, é preciso buscar outras formas de olhar para a crise na USP. E uma delas é justamente a reação da sociedade -mas, sobretudo, a da própria universidade.Quando os estudantes estavam havia poucos dias na reitoria, professores da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), unidade tradicionalmente de esquerda, escreveram textos condenando a violência da ocupação. Outros professores organizaram uma passeata anti-invasão."São manifestações de extrema-direita que nem na ditadura nós tivemos", diz Arantes."O grau de apatia, letargia e neutralização da política chegou a um ponto que reivindicar o que os alunos estão reivindicando e apontar os limites das ações do governo já é uma coisa escandalosa", diz Laymert.Aí apontam o que, para eles, é o grande mérito dos estudantes: se manifestar contra algo com o que não concordavam.Essa linha de raciocínio os leva a considerar que a ordem, na verdade, é uma desordem aceita por todos. O primeiro ato de violência, dizem, não partiu dos estudantes, mas de José Serra, que decidiu governar por decreto e atacar a autonomia das universidades. O mesmo vale para o plano federal, em que, desde FHC, a prática é governar por medidas provisórias."A surpresa foi que ainda existe gás para reagir quando tudo vinha sendo engolido passivamente", diz Laymert.No começo do ano, o governador José Serra (PSDB) editou uma série de decretos que, segundo parte da comunidade acadêmica, ameaçavam a autonomia universitária. No dia 31 de maio, publicou um inédito decreto declaratório e revogou quase todos os itens que estavam sob a mira dos alunos.ParadoxoA medida foi considerada um recuo de Serra e uma vitória dos estudantes. Mas essa conquista encerra um paradoxo."Eu já disse isso a eles [os alunos], e eles ficam meio aborrecidos: foi uma ação de subversão -que parece subversão, mas não existe subversão numa sociedade permissiva- para o retorno ao statu quo ante. Zapatistas, ex-maoístas, trotskistas, independentes se juntaram, ocuparam a reitoria para que o reitor tivesse o direito do pleno exercício da execução orçamentária e financeira de uma universidade, que é puro establishment. É uma subversão pela ordem", afirma Arantes, o mais próximo dos alunos."O famoso Estado democrático de Direito sendo violado nas suas regras elementares -que é o funcionamento de uma autarquia- provocou um ato considerado de subversão revolucionária para colocar as coisas no seu lugar, que é um lugar conservador", completa.Para Arantes, as demais reivindicações vão na mesma linha. A pauta inclui, entre outras, medidas de inclusão social ("assistencialismo") e a Estatuinte ("dentro da normalidade de uma vida institucional")."A pauta de reivindicações, a própria reitora o disse, é perfeitamente realizável. Um dos pontos é o serviço de ônibus da USP. Ora, o que isso quer dizer para uma universidade como a de São Paulo? Não vejo como isso possa estar dizendo que se trata de nova forma de política", diz Oliveira.ContágioOs três concordam quanto ao caráter algo conservador das reivindicações dos estudantes. Ao mesmo tempo, enxergam uma certa novidade no movimento: além da capacidade de quebrar o silêncio, apontam a forma de manifestação."No conteúdo, não há nenhuma alternativa política substantiva. Na forma, é uma ação política inédita, que tende a se multiplicar, como fórmula, independentemente do conteúdo. O contágio então vem da tecnologia política, do modo de fazer. O conteúdo está na forma", diz Arantes.Se a novidade está na forma, é porque os tempos são outros. Os modos antigos de fazer política, insistem eles, não têm mais alcance nem sentido.
www.brasilia17. org 25 jun
ESTADUAIS PAULISTASTRAIÇÃO VERGONHOSA NA USP PARTIDOS VENDEM MOVIMENTO POR MIGALHAS25.06.2007Na última quinta-feira, quando a assembléia geral dos estudantes da USP aprovou a saída dos estudantes da reitoria, o PSOL e outros partidos traidores finalmente conseguiram fazer o que tentaram por 50 dias: por fim à ocupação e acabar com a luta. Na última quinta-feira, a assembléia geral dos estudantes da USP votava o fim da ocupação da reitoria. PSOL, PSTU e PT, sem convencer a ninguém, fingiam comemorar a "grande vitória". Quem esteve presente àquela assembléia, no entanto, viu uma massa apática votando pelo fim da ocupação sem sequer uma salva de palmas, sem qualquer manifestação de alegria real diante do resultado medíocre e grotesco para 50 dias de longa luta. Com o rabo entre as pernasNa verdade, as correntes e partidos que se esforçavam "em comemorar" a "grande vitória", na boca pequena espalhavam desde cedo boatos bem diferentes: o comentário geral que procuravam difundir era outro: "é melhor sair agora, mesmo sem ganhar grande coisa, do que esperar mais um pouco e não conseguir nada". Ou ainda: "é melhor sair agora sem luta do que esperar o pelotão de choque e levar porrada".Foi assim, dessa forma lamentável, que os partidos convenceram a todos os que votaram pelo fim do movimento. Em nome de um vergonhoso "recuo organizado", com o rabo entre as pernas, PSTU, PSOL, LER e PT comandaram a debandada!Para fora da USP, escondendo a vergonhosa e covarde retirada, deram a versão de que havia ocorrido uma "grande vitória". Mas, a verdade é que, com a única exceção do PCO, os partidos de "esquerda"; PSTU, PSOL, LER e PT; puseram fim aos mais de 50 dias de ocupação da reitoria da USP de uma forma vergonhosa e traidora.O crescimento do movimentoSem dúvida, o desenrolar do movimento surpreendeu a todos. Quando alguns valentes companheiros tomaram a reitoria arrebentando a porta de entrada, ninguém esperava que o movimento fosse crescer tanto. No início, PSOL e PSTU queriam fazer só uma ocupação de fachada; sair após alguns poucos dias cantando vitória com as migalhas que a reitora ofereceu, e simplesmente esquecendo os decretos de Serra.Mas, logo a ocupação foi ganhando força e surpreendendo a todos. Veio um segundo momento, a dimensão estadual, nacional e até a repercussão internacional que assumiu a ocupação fizeram com que a pauta inicial de reivindicações, os chamados "17 pontos", fosse ultrapassada pela reivindicação da derrubada dos decretos, pela defesa da autonomia universitária, pela luta por uma universidade livre dos interesses das grandes empresas e do capital.Nesse sentido, a presente carta da reitora, que contém o pacote chamado de "vitorioso", na verdade, foi um absoluto retrocesso. A vergonhosa carta aprovada pela assembléia foi uma reedição requentada de uma contra-proposta da reitora aos "17 pontos" já anteriormente rejeitada pelo movimento. A vergonhosa carta foi uma reedição requentada de uma carta que nos foi apresentada no dia 08 de maio. Por que naquele momento, há mais de 30 dias, a carta, que hoje é o fruto de nossa "imensa vitória", não foi logo aceita? Exatamente porque o movimento já havia ultrapassado as reivindicações específicas internas à USP, de viés meramente assistencial e reformista. Naquele momento, e por várias semanas, o movimento assumiu uma direção audaciosa, politizada e consciente do que significavam o ato de Serra, a criação da secretaria inconstitucional, os vergonhosos decretos, a submissão a Pinotti, agente da FMU e das universidades do capital: a ocupação apontava a todo Brasil o caminho da luta e colocava-se como carro-chefe das demais greves e ocupações em todo o país. O relativo refluxoHouve um terceiro momento; há duas semanas, a ocupação e a greve começaram a dar sinais de que podia haver um recuo na USP. A saída da greve da ADUSP---traiçã o sem precedentes dos docentes---foi o primeiro golpe. A ADUSP se dizia satisfeita com o decreto declaratório de Serra. Quando a ADUSP saiu, foi desencadeada uma debandada geral em vários cursos, de modo que a greve se manteve forte apenas na FFLCH, FAU, FOFITO e em alguns cursos da ECA. Além disso, na mesma semana, a reitoria lançou forte boataria de que haveria punições aos funcionários, forçando um setor do SINTUSP a defender a desocupação e o fim da greve em troca da garantia das não-punições a alguns sindicalistas.UNICAMP e ARARAQUARA: NOVO ÂNIMOSe há duas semanas o movimento recuava, nesta última semana, a ocupação da DAC na UNICAMP deu nova força ao movimento geral, desencadeando outras ocupações no interior de São Paulo. A desocupação violenta da UNESP de Araraquara também reforçava os indícios de que uma nova onda de mobilizações poderia ocorrer como resposta à repressão policial. E não foi diferente, na USP na última quinta-feira, contrariando todos os prognósticos daqueles que queriam liquidar com a greve e a ocupação, o ato de solidariedade aos estudantes de Araraquara foi um enorme sucesso: participaram mais de 300 pessoas entre funcionários e estudantes, enfrentando a polícia e percorrendo a região do Butantã. O grande ato teve repercussão nacional. Em Franca, da mesma maneira o movimento reagiu. Os estudantes ocupantes que já tinham indicativo de desocupação recuaram em sua decisão, e em solidariedade à ocupação da UNICAMP e aos estudantes de Araraquara, votaram pela continuidade da luta. Também na USP de Ribeirão Preto os estudantes que cogitavam suspender a greve mudaram de idéia e decidiram radicalizar e ocupar a prefeitura do campus. Da mesma forma, em muitos campi da UNESP foram discutidas ações radicalizadas para responder à entrada do choque em Araraquara.Como se vê, a conjuntura dava sinais claros de que era possível responder ao refluxo causado pela traição dos docentes da ADUSP e da ADUNICAMP. Era possível continuar a resistir à pressão de uma reitora e de um governador desmoralizados. No entanto, nada disso foi levado em consideração na assembléia que pôs fim à ocupação da reitoria. Pelo contrário, PSTU, PSOL, LER e PT fecharam os olhos para a movimentação no interior do estado, ignoraram o ato e o confronto com a polícia que havia ocorrido poucas horas antes, fecharam os olhos à situação nacional de ascenso e defenderam a retirada, uma retirada ancorada apenas numa vergonhosa proposta já recusada há mais de 30 dias!Na assembléia o PSTU e o PSOL tiveram a coragem de defender que se votasse a aceitação da carta da reitora antes mesmo de que fosse feita qualquer discussão sobre a conjuntura do movimento estadual e nacional. Para ajudar na sua traição, trouxeram uns professores "notáveis", velhos reformistas já muito conhecidos pelas suas posições confusas e incoerentes, e até sindicalistas experientes de outras categorias, velhos especialistas em furar greve. Armado o grande teatro com a "comissão de facilitação", o grupo de professores intrometidos, que nada tinha a fazer em assembléia de estudantes, tomou a palavra e leu solenemente as propostas ridículas. Como num grande espetáculo de mau gosto, a comissão solene chegou na assembléia como se tivesse em suas mãos a última cartada antes do pelotão de choque. Lido o documento, após o reinício da assembléia, nada mais poderia ser feito. Como num cortejo fúnebre, a assembléia aprovou a carta. Cinqüenta dias de luta, cinqüenta dias de esforço, cinqüenta dias de combate honroso e resistência foram jogados fora pelos traidores de sempre, os traidores de plantão que atuam na USP e a escala nacional, como correia de transmissão da burocracia universitária e do grande capital.ABAIXO A TRAIÇÃO!CONSTRUIR UMA NOVA DIREÇÃO!MOVIMENTO NEGAÇÃO DA NEGAÇÃO!
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